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Comensais da Morte no Twitter

Quando Joanne Rowling criou Voldemort e os Comensais da Morte em seus livros, estava usando a realidade como base para a fantasia. Já analisamos aqui as semelhanças entre Voldemort e Adolf Hitler, cruzando as guerras que envolveram estas figuras e as fracas teorias que as moveram. Acontece que a derrocada de Hitler não impediu a proliferação do neonazismo. As figuras encapuzadas que encontramos na saga Harry Potter estão mais presentes em nosso cotidiano do que gostaríamos. Prova disso é a recorrente manifestação de perfis racistas no Twitter.

Quando jovens garotas expuseram suas opiniões racistas na web através de contas no Twitter, a Web parou para discuti-las. Ainda que a maioria dos usuários do micro-blog tenha rechaçado o conteúdo discriminatório desses tweets, certos grupos ficaram atentos para a grande audiência que as moças tiveram.

Grupos neonazistas, há muito instalados na web, acharam no Twitter uma forte ferramenta para a disseminação de suas idéias. Os alvos de sua perseguição são nordestinos, negros, mulheres, judeus e homessexuais. Como na ficção, os Comensais neonazistas não mostram o próprio rosto. No lugar do capuz, eles usam as fotos de moças jovens e belas. E através de perfis falsos incitam o ódio e a discriminação.

De acordo com o Safernet Brasil, entidade engajada na defesa de uma internet ética e responsável, as pessoas precisam se limitar a denunciar o perfil racista e só. As denúncias podem ser feitas através do portal da Polícia Federal e através da própria Safernet. “Não repassem, não retuitem as mensagens e não batam boca com o perfil. Fazendo isso, as mensagens de ódio à sociedade serão cada vez mais propagadas”.

Olhando para a realidade, é inevitável refletir sobre o mundo criado por Rowling. Se por aqui as idéias de Hitler ainda encontram seguidores, talvez, no mundo bruxo, as gerações posteriores a Harry, Rony e Hermione ainda tenham que enfrentar as teorias malucas que defendem a superioridade dos puro-sangue. Talvez haja gente estampando a Marca Negra por lá, assim como ainda há gente adorando a suástica por aqui.

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Com “Harry e seus fãs”

O fenômeno Harry Potter surgiu, cresceu e se fortaleceu em meio a um turbilhão de novidades. À medida que a internet se popularizava, os fãs dedicavam websites ao menino-bruxo, reuniam-se em fóruns de discussão e aumentavam seu nível de organização, tornando o fandom cada vez mais complexo. Em Harry e Seus Fãs, publicado no Brasil no primeiro semestre deste ano, Melissa Anelli cruza sua militância de fã com as raízes e desdobramentos do fenômeno mundial que revolucionou o mercado literário.

O conjunto das obras, as estratégias de marketing, a internet e a histeria dos fãs gerou uma gigantesca explosão cultural. Fansites, fanfics, cosplayers, podcasts, wizard rock… Como a ficção de fã foi encarada pela autora? O que um grande estúdio de cinema faria contra os fãs que violassem Copyright? Entender as ramificações da pottermania e sua relação com Joanne Rowling, Bloomsbury, Scholastic e Warner Bros fica mais fácil a partir do texto de Melissa.

A comunidade Potter não tirava cochilo nos intervalos entre um livro e outro. A espera era um combustível a mais para a pottermania. O hiato entre uma publicação e outra – que podia ser bem longo – fazia com que a arte elaborada pelos próprios fãs fosse mais valorizada, o que acabou por criar fãs de fãs. Os livros de Rowling fizeram mais que contabilizar índices assustadores de vendas. Harry fez pessoas de todo o mundo se conectarem por uma paixão em comum.

“O fandom online se tornou um fenômeno global com sua própria linguagem e cultura, suas próprias guerras e festivais”, escreveu Jo Rowling, no prefácio que fez para Harry e Seus Fãs. Jo conta que ler o livro de Melissa foi uma forma de estar nos bastidores dos lançamentos de seus próprios livros, de acompanhar a loucura Potter do ponto de vista de um fã.

Editora do portal The Leaky Cauldron, Melissa presenciou e foi parte ativa na construção da pottermania. Harry e Seus Fãs é, sobretudo, o resultado da militância da autora no fandom – o mergulho na vida de Melissa certas vezes é tão profundo que deixa o texto um tanto enfadonho. O mais importante é que o livro representa, para todos aqueles que viveram a comunidade Potter desde o princípio, uma maneira de recordar as loucuras e devoção do fandom. Para os novatos, é uma maneira de entender todo o furor que essa febre literária causou, com os combates de ships, confrontos de teorias e guerras contra (e por) spoilers.

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Minha vida sem Harry Potter

Nostalgia. Mal acabou e já é assim que nos sentimos: desmedidamente e avassaladoramente nostálgicos. A estréia de “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2” gerou uma onda de reminiscências e saudade que invadiu os cinemas do mundo. Fileiras e fileiras abarrotadas de jovens (e muitos nem tão jovens assim) mergulharam de cabeça em suas lembranças, contando uns aos outros como aconteceu seu primeiro contato com o mundo mágico, a maneira como costumavam viver os dias de estréia dos filmes ou como corriam para as livrarias e garantiam o novo livro da Joanne. A saga Harry Potter encontra sua estação derradeira e a gente se pergunta o que vem depois do fim.

Para uma porção de gente, é um ciclo que se fecha. Um sinal para que sigam uma nova etapa. Funciona quase como um empurrão para fora da adolescência. Quantos de nós já não contam vinte e tantas primaveras? Hora de guardar a fantasia na gaveta e arregaçar as mangas. Estudos, emprego, contas a pagar, casamento, até filhos. Vida de trouxa não é mole. Não foi o Dumbledore mesmo quem disse que não valia a pena ficar sonhando e esquecer de viver? Então?

Tem um pessoal que não tem idade ainda para encarar de frente esses probleminhas de trouxa. Melhor para eles, não? Mas tem gente que também não vai largar a varinha ou saltar da vassoura ainda que a realidade chame. Ainda que a realidade grite!

A minha realidade anda berrando em meus ouvidos. Os berros estão ficando cada vez mais e mais e mais fortes! Ah, reparo que foi meu filhinho quem despertou e está chorando no berço. Tarefa trouxa? Não, esse é mais um serviço para a mãezinha bruxa que sou. Descubro que a realidade pode se impregnar da mais bela e poderosa magia quando resolvemos tratar dela com criatividade e, sobretudo, amor. Minha vida sem Harry Potter será uma vida cheia de Harry Potter.

Deixar a mágica no ar é nosso dever. Cerrar os olhos e se imaginar em Hogwarts, um exercício diário. Aplicar os ensinamentos os anti-preconceituosos e solidários que a saga deixou, uma rotina. Reler e reler os livros será uma maneira de voltar para casa. Tente. Persista. Pratique. Não deixe de viver para sonhar ou deixe de sonhar para viver. Vivamos! Sonhemos!

Agora deixem que eu vá pois meu pequeno bruxinho precisa de carinho e cuidados. Fralda para trocar, sopinha para fazer… Algo que uma conhecedora do sacrifício de Lílian pode fazer sem reclamar.

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[COLUNA] “O evento cinematográfico de uma geração”

A campanha da Warner para Harry Potter e as Relíquias da Morte, filme dividido em duas partes, é impactante. Como era de se esperar, o material de divulgação veio com uma dosagem extra de apelo emocional. Duas chamadas de efeito resumem a atmosfera de desfecho e saudosismo: “O evento cinematográfico de uma geração”, diz a primeira; “O fim do fenômeno mundial”, desespera uma segunda. Não se trata apenas de mais um dos filmes de Harry Potter, mas do último, como os cartazes e trailer insistem em destacar. Nessa coluna, vamos debater um pouco como a enorme legião de fãs do bruxo está lidando com mais este ponto final na saga.

Toda uma geração acompanhou as adaptações da obra de Joanne Rowling para o cinema. Ao longo desses quase dez anos, os fãs cresciam enquanto as personagens os acompanhavam na telona. Vimos Daniel Radcliffe ganhar os primeiros fios de barba, as curvas de Emma Watson surgirem em suas vestes bruxas e o Rupert Grint esticando como mágica. Olhando os números, o êxito alcançado pelos filmes da saga é incontestável. Bilheterias milionárias e elenco com muito mais dígitos na conta bancária, Harry Potter tornou-se a maior franquia do cinema mundial. E dos sete livros vieram oito produções – a  Warner fez questão de lucrar mais um bocado com esta mina de ouro.

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[COLUNA] O lapso homofóbico de Rowling

A vida e a história de Alvo Dumbledore foram, durante muito tempo, um mistério ainda mais profundo para os fãs da saga. O próprio Harry Potter não teve contato pessoal suficiente com o diretor (em vida) para conhecer dele as histórias da juventude, dramas de família, sonhos, frustrações. As perguntas pessoais dirigidas a Alvo sempre retornavam com respostas pouco prováveis (quem não lembra das meias grossas com que Dumby sonhava no espelho de Ojesed?). Quando finalmente temos contato com a história pessoal desse grande bruxo, enxergamos nele traços de fragilidade humana, outrora tão distantes de sua figura forte e protetora. E é a humanidade de Dumby que está em pauta na coluna de hoje. Discutiremos mais profundamente a maneira como a Rowling trata sua sexualidade.

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[COLUNA] A História do Príncipe

Eu sempre leio este pedaço do sétimo livro com crucial atenção em todos os detalhes, e vejo que realmente a personalidade de Snape muda muito ao passar do tempo. Não dá para reconhecer aquele menino inocente dos trajes estranhos que vemos no trecho sobra a infância do príncipe. Na época em que ainda não sabia o que iria acontecer no sétimo livro, eu, e muitos fãs, criamos certa raiva de Snape. Na verdade, desde o primeiro livro temos essa repulsa pelo sarcástico professor de poções que implica com tudo e é injusto com todos.

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[COLUNA] Crepúsculo X Harry Potter X O Senhor dos Anéis II

Prosseguindo com o tema da coluna anterior, falaremos hoje de uma outra rivalidade muito comum em nosso fandom: a conhecida comparação entre Harry Potter e Crepúsculo. Os textos, as personagens, os filmes, tudo entra nessa rixa. Muitos fãs vão além e confrontam aspectos pessoais da vida das autoras de ambas as sagas para decidir quem é a mais esperta ou não. E eu, que sou fã de uma boa polêmica, resolvi meter o bedelho nessa briga. É lógico que não vou sair comparando quem escreveu mais livros, quem é a mais rica das duas autoras, a mais bonita ou coisas do tipo. A web já está cheia desses “duelos” bobos e não queremos mais do mesmo. Vamos apenas discutir uma coisa que tem se dito muito ultimamente: que Crepúsculo é melhor que Harry Potter e que os livros da Joanne já são coisa do passado.

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[COLUNA] Crepúsculo X Harry Potter X O Senhor dos Anéis

Depois da estréia de “O Senhor dos Anéis” nos cinemas, engrossou o coro de acusações de que Joanne Rowling teria plagiado os textos de Tolkien quando criou o mundo mágico de Harry Potter. Mais recentemente, circula por aí a fofoca de que os livros da série Crepúsculo são superiores aos da saga do bruxinho. Alguns até dizem que depois do sucesso dos livros de Stephenie Meyer, Harry virou coisa do passado. Hoje falaremos um pouco sobre a sina da saga Harry Potter: os fantasmas que aparentam ameaçar o reinado de nossa série favorita.

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Fatos Trouxas

[COLUNA] Fato número 7: Bruxos

É impossível me furtar de pesquisar exatamente sobre a base de toda fantasia de Harry Potter: os bruxos. O que seriam? De onde vieram? Algum já existiu?

Popularmente, bruxaria designa as faculdades sobrenaturais de uma pessoa, que geralmente se utiliza de ritos mágicos, com intenção maligna – a magia negra – ou com intenção benigna – a magia branca. É também utilizada como sinônimo de curandeirismo e prática oracular, bem como de feitiçaria.

O termo bruxo trás intrinsecamente a idéia de maldade e feitiços, mas entre os bruxos modernos (a vertente que realmente existe) um bruxo não é mal, é apenas um cultuador politeísta, que venera deuses e deusas existentes em suas crenças. Além disso, apenas feiticeiros praticam feitiços, sendo eles bruxos ou não.

Feitiços e feiticeiros não encontramos tão longe: nossos povos indígenas têm essa tradição. Geralmente o indivíduo mais velho da aldeia é tido como xamã ou pajé, que é quem executa feitiços, em geral de cura, a serviço da aldeia. Utiliza-se de cânticos e danças, em combinação com ervas (muitas vezes alucinógenas ou entorpecentes) para causar o efeito desejado.

Espalhados pelo mundo (Mágico e real) existem bruxos em todos os lugares. Ao se encontrarem pela primeira vez no expresso de Hogwats, Rony cita a Harry o nome de alguns, pois são figurinhas em embalagens de sapos de chocolate, tais como Morgana, conhecida da cultura britânica. Foi uma bruxa dotada de extraordinários poderes de cura. Diz-se que era meia-irmã de Arthur (o rei) mas que apesar disso sempre rivalizou com ele, roubando Excalibur (sua espada) e mesmo tramando sua morte. Rony citou também Paracelso, que nasceu em 1493, na Suíça, sob o nome de Phillipus Aureolus Paracelso. É considerado fundador da bioquímica moderna, por conseguir formular drogas administrada em doentes e por te conseguido, com uma espécie de vacina, controlar um surto de peste, em 1534.

Também Agrippa, uma das figurinhas raras cuja qual Rony não tem, era um médico, nascido na Alemanha em 1486. Heinrich Cornelius Agrippa também advogava e praticava terapias com base na fé. Fez tanto amigos quanto inimigos na sua vida e acerta altura foi acusado de feitiçaria. Em 1529, publicou Sobre a Filosofia Oculta, onde defendia que a melhor forma de conhecer a Deus era por meio da magia. A igreja declarou-o herege e o prendeu, morrendo aos 49 anos em 1535. Wolfgang Goethe, escritor também alemão, inspirou-se em Agrippa para escrever Fausto, peça na qual um homem da ciência faz um pacto com o diabo. Tal qual os Comensais e Voldemort. Além disso, Agrippa é um termo utilizado para designar um livro de magia muito especial, cortado no formato de uma pessoa.

Merlim também foi citado. Um dos mais sábios e respeitados bruxos de todos os tempos. Foi conselheiro dos reis britânicos Vortigern, Uther Pendragon e Arthur. Apesar da figura do conselherio poder ter realemente existido, o Merlim como conhecemos é puramente fictício. Marlim é mais conhecido por ter sido protetor e tutor de Arthur, escondendo-o, assim como Dumbledore fez com Harry até certo ponto. É atribuído a ele várias lendas, inclusive que fora ele quem colocou as pedras de Stonehenge em seus lugares, que poderia prever o futuro porque vivia ao contrário, do futuro para o passado, podendo assim prever o que acontecerá pois já vivenciou para saber. Dos muitos “fins” que Merlim tomou, um foi de ter sido aprisionado pela Dama do Lago, a qual amava, após ter sido enganada por ela: Ele próprio conjurou uma coluna mágica feita de ar que ela usou para aprisioná-lo.

Achou que J.K, mesmo com sua mente brilhante, tinha inventado tais referencias? Mais uma vez venho mostrar as prováveis bases de seu impressionante trabalho, e revelando, claro, a grandiosidade de seu conhecimento nos campos mágicos e factuais.

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Semanário dos Bruxos

[COLUNA] A maturidade de Hermione Granger

Hermione Jane Granger sempre foi amiga de Harry Potter e Ronald Weasley. Sua inteligência é um dos motivos de sua fama.

Hermione teve sua primeira aparição em Harry Potter e a Pedra Filosofal, no Expresso de Hogwarts, ajudando Neville Longbotton a achar seu sapo Trevo. Quando entra na cabine já ocupada por Harry e Rony, Hermione vê Rony fazendo magias e já começa a implicar com o garoto. Logo, Rony Weasley já não gostava muito de Hermione.

No dia das bruxas, Harry Potter e Rony Weasley salvam a vida de Hermione no banheiro feminino, que estaria morta por um trasgo montanhês se os garotos não tivessem a resgatado. (Talvez ela não precisasse ser salva se os garotos mais cedo não tivessem zombado dela, fazendo Granger deprimir-se e ir chorar no banheiro a tarde inteira). A partir desse dia, Harry, Rony e Mione formaram o trio que todos conhecem da série. O trio problema.