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[COLUNA] Crepúsculo

Essa semana fui surpreendida pela notícia de que Crepúsculo (o filme) virá para o Brasil com censura 16 anos. Não que me importe muito, mas inevitável foi a comparação com toda a franquia Harry Potter. Harry Potter e a Pedra Filosofal, filme infantil (como o livro), lançado sete anos atrás, marcou o início da materialização do sonho – e se você não viu uma ambigüidade aí, releia.

Ainda estonteados com o fato de que, por motivos puramente capitalistas, a espera para Harry Potter e o Enigma do Príncipe foi aumentada em oito meses, fãs de Harry Potter têm que superar o fato de que os filmes que saem de lá PG-13, chegam aqui com censura 12 anos, que lota os cinemas de inconveniências.

Crepúsculo, esse fenômeno-flash que espocou do nada, também sai de lá PG-13, e chega 16 anos. Explicação? Materialização do sonho. Porque quando Harry Potter começou, o público era essencialmente infantil; e mesmo que essas crianças tenham crescido, que as personagens tenham crescido, que a história tenha crescido… Você não pode perder tal público, pode?

Crianças e seus pais consistem, provavelmente, em mais da metade da bilheteria dos filmes, e não importa se não cabe a uma criança ver dementadores, magia negra, um homem sem nariz abusando de seu herói, testrálios ou todos os problemas crescidinhos do Harry de quinze, dezesseis, dezessete anos. Público de Harry Potter é infantil, ponto.

Também não cabe a mim criticar a Warner Bros., mas é revoltante a estereotipagem que tudo isso traz. É revoltante quando alguém me chama de criança porque eu aprecio a obra de J.K. Rowling; é revoltante quando ouço alguém dizer que Harry Potter não tem história, entre outros que nem merecem ser comentados.

Enfim. Há controvérsias. E eu que nunca ouvi falar de Crepúsculo (hipérbole, hipérbole), vou acabar na fila do cinema para vê-lo, porque, afinal, sou contra estereótipos

Em última hora: estamos todos mesmo sujeitos à volatilidade capitalista; Crepúsculo vem 12 anos e esperamos nos deliciar numa sala cheia de molecotes. E o alarme falso só serviu de reflexão.

Por Aretha

é colunista e tradutora da PH e indecisa em vários aspectos da própria vida.

5 respostas em “[COLUNA] Crepúsculo”

Aretha, eu concordo ctg sobre essa questão da classificação dos filmes. Tipo,eu tenho 17 anos e eu fui assistir Crepúsculo no dia 20/12 (um dia após o lançamento) e por causa dos horários do filme legendado serem incovenientes ¬¬, tive que assistir dublado. Então já dá pra imaginar como a sala estava “infestada” de crianças barulhentas -.-‘ pra se ter uma idéia, na hora do beijo de Bella e Edward, foi tanta gritaria que não dava pra ouvir nada do filme –‘
Outra coisa que gostaria de citar aqui, é justamente o que você falou sobre o HP estereotipado. É completamente revoltante quando as pessoas chegam pra mim dizendo que Harry Potter é coisa de criança.. Insuportável! E outra, é impressionante como as pessoas insistem em comparar HP com Crepúsculo ¬¬’ eu sou fã incondicional de HP e me tornei, recentemente, fã também da série Twilight e não vejo motivos pra que as pessoas fiquem comparando as duas obras.. são histórias completamente diferentes! Tipo, já teve uma pessoa que chegou pra mim e disse: “Não sei porque você gosta de Harry Potter, aquela coisa de criança. Crepúsculo é 1000 vezes melhor.” Francamente, isso é o cúmulo ¬¬’

Totalmente certo, sou twilitter e pottermaníaca não sei como as pessoas vivem comparando os dois!!!!!!Affff!! Só pq os dois fazem um sucesso na mesma época!!!!

Essa questao será uma eterna polêmica, eu acho. Leio Harry Potter desde os nove anos de idade. Foi a série que me acompanhou por toda a minha infância, e que cresceu junto comigo. Se em “a Pedra Filosofal”, os sentimentos e conflitos já eram intensos para uma criança, conforme Harry crescia, a complexidade das emoções e tramas da sequencia aumentavam vertiginosamente. (Não é a toa que os livros – quase sempre – eram maiores que os anteriores).

E esta foi a grande “sacada” da J.K. A autora fez, brilhantemente, com que quem lia a série desde o começo, nunca perdesse o interesse, e que quem começasse a ler pelo primeiro, entrasse no clima de Harry Potter aos poucos.

Comparar Harry Potter a Crepusculo não dá certo pois são dois tipos incompatíveis de literatura. Um, trata de sentimentos profundos e questões morais e daqueles assuntos universais, enquanto outro fala basicamente de um amor incondicional, mas mantem-se restrito a esta redoma.

Sou apaixonada por Crepusculo. Adoro mesmo. Mas o que cresceu comigo, e que fez parte da minha vida sempre é o que eu tenho certeza que vai ficar pra sempre guardado, e Harry Potter. Porque quem ama sabe que, uma vez pottermaníaco, eternamente pottermaníaco. XD

não sou SUPER fã dos filmes, que são mais comerciais e NUNCA, repito, NUNCA substituirão os livros. Amo suas colunas, mas discordo nesse ponto. Comecei a ler Harry Potter aos nove, hoje tenho quatorze, vi todos os filmes e não encontro em nenhum deles motivos para censura (talvez o sétimo em diante tenha, mas essa é outra história).

Jo Rowling sempre declara e nunca escondeu que é uma escritora infantil. É obvio que a série exige muita maturidade e que se desenvolveu junto com Harry, mas não devemos subestimar as crianças. Li Relíquias da Morte com 11 anos, e desde que a criança tenha maturidade o suficiente para compreender a história, não vejo porque restringir Harry Potter aos jovens e adultos.

É realmente um inferno quando somos tachados de infantis por gostar de Harry Potter, mas é importantíssimo lembrar de ligar FODA-SE e ser feliz! Não importa o que os idiotas pensam, sem conteúdo é quem não enxerga idéias por traz da sutileza. Quem impõe um livro a uma faixa etária não vê a capacidade do livro de alcançar todas as faixas etárias, não devemos tirar Harry das crianças, nós tivemos contato com os livros (e filmes) desde pequenos (dependendo da idade) e seria no mínimo egoísmo não deixar a magia pra posterioridade.
bjs

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