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[COLUNA] Fato número 7: Bruxos

É impossível me furtar de pesquisar exatamente sobre a base de toda fantasia de Harry Potter: os bruxos. O que seriam? De onde vieram? Algum já existiu?

Popularmente, bruxaria designa as faculdades sobrenaturais de uma pessoa, que geralmente se utiliza de ritos mágicos, com intenção maligna – a magia negra – ou com intenção benigna – a magia branca. É também utilizada como sinônimo de curandeirismo e prática oracular, bem como de feitiçaria.

O termo bruxo trás intrinsecamente a idéia de maldade e feitiços, mas entre os bruxos modernos (a vertente que realmente existe) um bruxo não é mal, é apenas um cultuador politeísta, que venera deuses e deusas existentes em suas crenças. Além disso, apenas feiticeiros praticam feitiços, sendo eles bruxos ou não.

Feitiços e feiticeiros não encontramos tão longe: nossos povos indígenas têm essa tradição. Geralmente o indivíduo mais velho da aldeia é tido como xamã ou pajé, que é quem executa feitiços, em geral de cura, a serviço da aldeia. Utiliza-se de cânticos e danças, em combinação com ervas (muitas vezes alucinógenas ou entorpecentes) para causar o efeito desejado.

Espalhados pelo mundo (Mágico e real) existem bruxos em todos os lugares. Ao se encontrarem pela primeira vez no expresso de Hogwats, Rony cita a Harry o nome de alguns, pois são figurinhas em embalagens de sapos de chocolate, tais como Morgana, conhecida da cultura britânica. Foi uma bruxa dotada de extraordinários poderes de cura. Diz-se que era meia-irmã de Arthur (o rei) mas que apesar disso sempre rivalizou com ele, roubando Excalibur (sua espada) e mesmo tramando sua morte. Rony citou também Paracelso, que nasceu em 1493, na Suíça, sob o nome de Phillipus Aureolus Paracelso. É considerado fundador da bioquímica moderna, por conseguir formular drogas administrada em doentes e por te conseguido, com uma espécie de vacina, controlar um surto de peste, em 1534.

Também Agrippa, uma das figurinhas raras cuja qual Rony não tem, era um médico, nascido na Alemanha em 1486. Heinrich Cornelius Agrippa também advogava e praticava terapias com base na fé. Fez tanto amigos quanto inimigos na sua vida e acerta altura foi acusado de feitiçaria. Em 1529, publicou Sobre a Filosofia Oculta, onde defendia que a melhor forma de conhecer a Deus era por meio da magia. A igreja declarou-o herege e o prendeu, morrendo aos 49 anos em 1535. Wolfgang Goethe, escritor também alemão, inspirou-se em Agrippa para escrever Fausto, peça na qual um homem da ciência faz um pacto com o diabo. Tal qual os Comensais e Voldemort. Além disso, Agrippa é um termo utilizado para designar um livro de magia muito especial, cortado no formato de uma pessoa.

Merlim também foi citado. Um dos mais sábios e respeitados bruxos de todos os tempos. Foi conselheiro dos reis britânicos Vortigern, Uther Pendragon e Arthur. Apesar da figura do conselherio poder ter realemente existido, o Merlim como conhecemos é puramente fictício. Marlim é mais conhecido por ter sido protetor e tutor de Arthur, escondendo-o, assim como Dumbledore fez com Harry até certo ponto. É atribuído a ele várias lendas, inclusive que fora ele quem colocou as pedras de Stonehenge em seus lugares, que poderia prever o futuro porque vivia ao contrário, do futuro para o passado, podendo assim prever o que acontecerá pois já vivenciou para saber. Dos muitos “fins” que Merlim tomou, um foi de ter sido aprisionado pela Dama do Lago, a qual amava, após ter sido enganada por ela: Ele próprio conjurou uma coluna mágica feita de ar que ela usou para aprisioná-lo.

Achou que J.K, mesmo com sua mente brilhante, tinha inventado tais referencias? Mais uma vez venho mostrar as prováveis bases de seu impressionante trabalho, e revelando, claro, a grandiosidade de seu conhecimento nos campos mágicos e factuais.

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[COLUNA] Fato número 6: Répteis rastejantes, um perigo constante a Harry!

Ofidioglosia, Slytherin, Nagini, o basilisco… O que esses nomes tem em comum? O fato de remeterem a um grupo de animais bem peculiar: As serpentes.

Em a Câmara Secreta, Harry depara-se com um dos animais mais perigosos descritos em lendas da idade média. Teria origem do cruzamento de uma galinha com uma serpente ou sapo. Era temido por ter o poder de matar à distância, segundo o naturalista romano Plínio “matam os arbustos sem nem mesmo tocar neles, só com a respiração, e as pedras racham, tal é o poder diabólico dessas criaturas”. Estudiosos apontam três espécies de basilisco, o dourado, que é capaz de envenenar apenas com o olhar, outro capaz de cuspir fogo e um terceiro, que assim como a medusa (que em lugar dos cabelos tinha cobras), petrificava suas vítimas, tamanho o horror de o ver.

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[COLUNA] Fato número 5: Sirius Black, estrela e cão guia de Harry

Sirius Black. Preso em Azkaban por anos. Fugiu e amendrontou o mundo bruxo por supostamente ser um assassino implacável, servo de Voldemort. O terceiro ano de Harry no castelo de Hogwarts foi realmente muito revelador… E há outros fatos a serem revelados, àqueles mais curiosos, acerca de Sirius Black.

Não me refiro a revelações bombásticas dentro da história (Rowling tratou de fazer isso, ao final do livro, com um ótimo domínio da narrativa sobre viagens no tempo e tramas paralelas, que em outras mãos certamente seriam extremamente confusas e enfadonhas), mas sim fora, como sempre faço.

Sirius, padrinho outrora desconhecido de Harry, tinha a peculiar habilidade de ser animago, transformando-se em um enorme cão negro. Mas porque um cão negro?

Sirius pode ter recebido seu nome de uma estrela, de mesmo nome, considerada a de brilho mais intenso no céu noturno. A estrela Sirius pertence à constelação Cão Maior. Essa pode ser a razão pela qual Sirius Black se transforme em um cão negro (seu sobrenome, Black, significa “negro, preto” em inglês).

A estrela Sirius tinha considerável significado para o mundo mágico. Representava, por exemplo, a deusa Ísis, uma das mais importantes para religião e filosofia Egípcia (berço da magia no mundo). Além de ser a estrela que marcava as idas e vindas das estações do ano. No verão, ela nasce um pouco antes do sol. Talvez por isso os antigos chamassem dias quentes como “dias de cão”. Hoje sabe-se que trata-se de duas estrelas, no que se chama sistema binário, onde uma estrela orbita a outra. A de brilho mais intenso é chamada Sirius A, a outra, menor, é Sirius B. Entretanto, Sirius B é uma anã branca, o que significa que um dia fora maior que Sirius A.

Sirius tinha outro nome – Almofadinhas. Em inglês, o nome é padfoot. Cães negros mágicos são avistados por toda Europa e Estados Unidos há anos. Eles recebem nomes como Black ShuckShucky Dog ou Shung Monster. No entanto, todos seguem a origem primeira do nome anglo-saxão que é scucca, que significa “demônio”. O fato mais curioso é que os habitantes da cidade Inglesa de Staffordshire chamam esse cão exatamente de padfoot.

Testemunhas oculares avistam esses enormes cães negros ao lado de viajantes solitários, vagando por aí a esmo ou de guarda no terreno de uma igreja ou cemitério. A característica marcante é o jeito sorrateiro de aparecer e desaparecer, praticamente sem ser notado. Às vezes com olhos flamejantes e até mesmo sem cabeça. Diz-se ainda que a forma de um cão negro é a preferida do diabo, por isso grandes cães negros mexem com o íntimo de muitas pessoas. Talvez por isso também sejam tidos como aviso de mal agouro. Assim como previsto por Trelawney, ao ver no fundo da xícara de chá o Sinistro (nome este também muito usado).

Entretanto para Harry, Sirius Black não era ameaça. Muito pelo contrário, era a ligação mais forte que ele tinha com seus falecidos pais. Mesmo depois de morto, a significação de Sirius não morreu, já que por herança, Harry recebeu tudo que lhe havia pertencido.

A força do simbolismo de Sirius Black é muitíssimo forte, dentro e fora da história, como tentei demonstrar, e poderia ser esse o propósito de J.K. Rowling ao montar personagem tão marcante para a vida de nosso querido herói.

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[COLUNA] Fato número 4: Elfos, domésticos ou arqueiros?

Lembro que na primeira vez que li sobre um elfo-domestico, logo me veio na cabeça outro tipo de elfo. O elfo que li em O Senhor dos Anéis. Entretanto, ainda mais rápido foi desfeita essa imagem ao passo que Rowling descrevia o seu elfo. Algo que fugia totalmente do senso comum criado pela obra de Tolkien. O propósito para tal, mais uma vez, era enriquecer o “caldeirão de histórias”, termo esse cunhado pelo próprio Tolkien a cerca da diversidade de histórias mitológicas criadas ao redor do mundo, por escritores antigos e modernos.

O certo é que o elfo de Rowling em nada se parece com elfos encontrados em suas origens, como na mitologia nórdica e da Europa medieval. Para eles, elfos (ou alfs, alfr) eram seres etéreos, quase divinos, relacionados à luz e ao sol, com uma afinidade invejável com a natureza. Na mitologia escandinava, os elfos eram gênios representantes dos quatro elementos (fogo, vento, terra e água).

Rowling extirpou tais “fundamentos” do que é um elfo ao criar Dobby e outros de sua raça. Os elfos-domésticos tem uma mágica própria, capazes de realizar magias em lugares que um bruxo comum não o conseguiria (como aparatar dentro de Hogwarts por exemplo), e mesmo devem ter uma fisiologia peculiar também, já que se embreagam ao tomar cerveja amantegada, o que não acontece nem com uma criança bruxa. Vestem roupas velhas, já que se as ganhasse, estaria liberto da servidão. Além de terem uma aparência um tanto quanto estranha.

Outra raça de elfo muito conhecida, como citei no começo, foi o da obra de Tolkien. Altos, belos, mágicos e hábeis. Exímios arqueiros e muito sábios, foram de fundamental importância para derrota inicial de Sauron, que acabou esboçando o retorno, por um erro de um Homem. Tolkien discordava de elfos pequeninos, como Shakespeare uma vez mencionou, para ele elfos nunca foram assim.

Outras criaturas que mais podem se aproximar dos fies servidores de seus senhores bruxos são globins e duendes. Geralmente são descritos como pequenos e de aparência não muito agradável… Entretanto são capazes de magia e de realizar desejos, como os Leprechauns na Irlanda. Outro mais próximo de um elfo-domestico são os Zanganitos, presentes na mitologia portuguesa, que vivem em casas humanas, entretanto fazendo o exato oposto das atividades de elfos-domésticos normais: eles bagunçam e desordenam tudo, causando transtornos e aborrecimentos ao dono da casa.

É fácil verificar a riqueza de seres criados ao longo da história nas diferentes mitologias. O fato é que Rowling introduziu outra espécie de elfo neste universo. De forma significativa e definitiva, não deixando ninguém duvidar de que tais seres podem existir no imaginário de diversas outras histórias, com nuances e peculiaridades que só ela consegue dar às suas criações.

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Fato número 2: Horcruxes e outras porta-almas

No universo de Harry Potter, Horcruxes são artefatos onde se encerram fragmentos de alma, depositados ali propositalmente por seus originais donos. Entretanto, esse tipo de magia é a mais perigosa e obscura dentre todas das artes das trevas. Para que se possa fragmentar a alma e guarda-la em uma horcrux é necessário matar alguém.

Mas para que alguém cometeria a atrocidade de um assassinato para ter a salvo parte de sua alma, levando ainda em conta que fragmentar a alma é algo de pecaminoso, imperdoável e que só trará sofrimento

Imortalidade. É nisso que pensou Voldemort. Para ele, ter sua alma preservada fora de seu corpo significava certa imortalidade

E ele não foi o único a pensar desse jeito.

De fato, o habito de acreditar em objetos que preservam a alma está presente em
várias culturas ao redor do mundo.

A cultura mais antiga e mais conhecida que se tem bons registros dessas crenças são os egípcios. Para começar é necessário que se explique como era o conceito de alma para eles:

Os egípcios acreditavam que a alma estava dividida em cinco partes: Ka, Ba, Akh, Sheut e Ren. Dessas, Ka, Ba e Akh não poderiam sobreviver uma sem a outra. Portanto, se a condição para a existência de uma dessas partes não existisse mais, o corpo (chamado de Ha) morreria.

Ka significava a força vital do indivíduo, a disposição, era a diferença de uma pessoa estar viva ou morta. Era mantida através do alimento já que, para eles, o próprio alimento tinha uma “alma” que alimentava o Ka da pessoa, chamado Kau.

O Ba era tudo aquilo que fazia o indivíduo único. Sua personalidade. De outras formas também representava os deuses, pois quando algo extraordinário acontecia, era dito que o bau (plural de ba) estava agindo.

O Akh, ao longo das teorias egípcias, fora descrito de muitas formas. Entretanto, é tratado como o fantasma da alma de determinado corpo. Era a parte que se uniria aos deuses no plano da imortalidade.

Sheut era a sombra. Uma pessoa não poderia viver sem sombra e a sombra não poderia viver sem seu dono.

E finalmente Ren. Ren era o nome do indivíduo, algo muito importante, pois enquanto o nome era pronunciado ou lembrado, tal pessoa não morreria em definitivo. Assim, em tumbas egípcias de pessoas importantes é comum encontrar o Ren entalhado em
várias partes. Em contra partida, pessoas que mereciam o esquecimento tinham seu nome apagado de monumentos e onde quer que aparecesse.

Para preservar a alma e manter ela por perto do corpo, os egípcios guardavam objetos com formas e entalhes específicos que guiavam a alma a se depositar ali. Um dos faraós que fez isso de forma mais notável fora Hor I, que guardou em sua tumba uma estátua de madeira com 170 cm de altura, para que sua alma, quando saísse do corpo, se depositasse ali e ali esperasse para que pudesse ressuscitar. A estátua tinha seus olhos feitos de cristais e pedras que davam uma impressão viva e realista. Hoje ela se encontra no museu do Cairo.

HOR… CRUX

Do latim, Crux significa Cruz. É o símbolo máximo do cristianismo católico. Une em si, essencialmente três partes: Pai, filho e Espirito Santo. A trindade cristã.

Há quem diga que eram sete as Horcruxes de Voldemort.

Há quem diga que eram oito.

A alma egípcia era dividida em cinco. A divindade cristã em três.

Oito

E no fim, tudo é uma coisa só.

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Fato número 1: Héstia Jones e Dédalo Diggle

É de se notar o minucioso cuidado de J. K. Rowling tem em escrever sobre Harry Potter. Essencialmente os nomes, que em nenhuma circunstancia são escolhidos por acaso. É nesse intuito que venho postar a vocês: Mostrar, a título de curiosidade, os fatos reais por trás dos nomes usados nos personagens do livro. E você reparará junto comigo a coincidência (ou não) da semelhança entre fato e ficção fruto da mente brilhante de Rowling.

Um dos primeiros exemplos é sobre Héstia Jones e Dédalo Diggle. Eles aparecem mais marcantemente no capítulo 3 de Harry Potter e as Relíquias da Morte (as Relíquias daqui pra frente). Os dois são designados guardiões dos Dursley, eles que levarão o que restou da família de Harry em segurança para outro local.
Héstia, na mitologia grega, é filha de Cronos (um dos Titãs, filho do Céu e da Terra) com sua irmã Reia (também uma titã) que além de Héstia, gerou Deméter, Hades, Hera, Posídon e Zeus, segundo a Teogonia (Genealogia dos Deuses) de Hesíodo.

É a deusa grega dos laços familires. Numa rápida análise do aparecimento de Héstia Jones em as Relíquias, fica claro o valor que ela dá justamente a esses laços. Em determinado momento, sentindo o clima de despedida, ela tenta se retirar para que Harry e seus tios se despeçam. Entretanto, a estranha reação de Duda culmina no fato de que o Tio Valter não se importava aonde, no fim das contas, iria Harry. É nesse momento que Héstia se pronuncia:

“(…)
– Mas… certamente o senhor sabe aonde está indo o seu sobrinho, não?
(…)”

Os Dursley apenas responderam que ele iria embora com os da sua laia. Héstia sentiu-se ofendida pelo fato, não somente do insulto, mas pela falta de preocupação e o descaso dos Dursley para com Harry, sendo ele alvo de um vilão tão perigoso e letal como era Voldemort…

No fim, Harry apazigua a situação, e Duda revela um sentimento nunca antes
direcionado a Harry: Compaixão.

Laço familiar.

Efeito da presença de Héstia, não saberei dizer precisamente…

Outro elemento componente é Dédalo Diggle. No grego, Dédalo é um formidável
inventor. Ele construiu o labirinto que aprisionou o Minotauro, na ilha de Creta, a pedido do rei Minos. Entretanto, acabou preso lá dentro junto com seu filho Ícaro. Usando de seus dotes, construiu para os dois asas de penas e cera. Recomendou a Ícaro que não voasse muito perto do sol. Entretanto, vislumbrado com o vôo, Ícaro voou alto demais, o que derreteu suas asas e o fez cair no mar.

Dédalo Diggle faz justamente o papel da pessoa que ajuda na fuga. Demonstra ser
alguém preocupado com detalhes e planejamentos (assim parece, pois vive com um relógio no bolso que anuncia na hora o que deve ser feito…).

Não tenho como afirmar que foi nisso que J. K. Rowling pensou ao nomear tais
personagens em as Relíquias. O fato é que um gênio como o dela certamente buscará motivos mais profundos para inserir nomes, fatos e personagens em suas tramas. Mas que há alguma ligação, é quase inegável.

Até a próxima, prometo mais fatos sobre personagens de dentro e de fora de Harry Potter.