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Por que ler Harry e seus Fãs?

Antes que todos entrem em pânico achando que o livro já está disponível nas livrarias, podem ficar calmos. Segundo o que o twitter da Editora Rocco postou nesta semana, a previsão de lançamento é para o dia primeiro de março. Enquanto ainda não é possível ler a versão em português, vamos deixar um gostinho para a leitura.

O livro foi escrito pela Melissa Anelli, atual webmistress do The Leaky Couldron, um dos sites de Harry Potter mais conhecidos no mundo. Ao longo dos capítulos, a autora mostra sua história como fã, desde que conheceu os livros, se apaixonou por eles, e começou a fazer parte do site que, sem dúvidas, mudou sua vida. Ao mesmo tempo, também apresenta alguns elementos do fenômeno Potter ao longo dos anos. Para quem vem acompanhando a série (por exemplo, há uns 11 anos, como eu) é um prato cheio para relembrar vários acontecimentos, além de lembrar-se de uma época em que a série ainda estava se formando e cada vez mais aumentava a expectativa diante dos livros.

A base principal da história é o lançamento de Harry Potter e as Relíquias da Morte (o livro, e não o filme) e todos os preparativos que antecederam o episódio. A partir disso, o livro mistura uma espécie de flashbacks, desde o momento em que ela começou a ler os livros, por exemplo, até momentos do “presente” em que os preparativos para o lançamento eram feitos.

Os pontos fortes do livro são as histórias que a Melissa apresenta. Por um lado, as histórias pessoais dela, como o dia em que ela recebeu uma ligação de ninguém mais, ninguém menos que a Jo Rowling (!!!); ou o tempo que ela “saiu em turnê” com os caras do Harry and the Potters. De outro, ela mostra histórias de outros fãs, como o caso da estudante da escola Columbine, que perdeu um dos melhores amigos no tiroteio de 1999 e, com a ajuda de Harry Potter, conseguiu superar um pouco do sofrimento.

Ao longo das páginas, todos os fãs irão se identificar facilmente com a autora, especialmente por serem fãs e terem vivido, cada um da sua maneira, os eventos mostrados. Além disso, vão poder realizar o sonho de conhecer a J.K.Rowling e sentir como é estar próximo dela; conhecer um pouco mais sobre o wizarding rock; ver a dimensão da comunidade potter, principalmente nos EUA, como no caso das grandes convenções (digamos-se de passagem: nós brasileiros estamos precisando disso, não?); entre muitas outras coisas. Ah! E não podemos esquecer: o livro conta com um prefácio escrito pela própria Jo!

Uma única coisa que eu, particularmente, não achei legal foi a tradução do livro para Harry e seus Fãs. Tudo bem que, como já foi dito antes, ele trata da maneira como os fãs interagem com os livros e filmes, especialmente a autora. No entanto, o título original Harry, a history (algo como Harry, uma história) é muito mais encantador para os fãs. A razão é a referência, mesmo que não seja intencional, a Hogwarts, a history, ou, para nós brasileiros, Hogwarts, uma história, livro mencionado inúmeras vezes pela Hermione. A versão da Melissa a mais ou menos a versão trouxa para o entendimento de Harry Potter.

Para quem quiser mais detalhes pode entrar no site, em inglês, do livro ou no da autora, também em inglês, para mais detalhes sobre ela.

Além disso, quem estiver com muita vontade de ler, a Editora Rocco liberou um trecho do livro (o capítulo 4), para ser lido na internet.

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Sobre elfos e prisioneiros

“Harry Potter e a Câmara Secreta” e “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” certamente marcaram a minha infância e a de muitos outros fãs. Nesses dois livros, respectivamente, somos apresentados a dois dos mais queridos e amados personagens da nação Harry Potter: Dobby e Sirius Black. Mas pelas barbas de Merlin, o que teriam em comum um elfo doméstico e o padrinho do protagonista, um fugitivo inocente? Muito mais do que podemos imaginar.

Primeiramente, nenhum dos dois personagens pertencem às suas respectivas famílias. Dobby não é um elfo doméstico comum, uma vez que passa a pedir pagamento pelos seus serviços após ser libertado por Harry. Isso aterroriza os demais elfos, como Winky, a criada do Sr. Crouch, que diz que “elfos domésticos não nasceram para se divertir”. Na verdade, Dobby nunca gostou realmente de fazer o que a família Malfoy mandava, chegando ao ponto de tentar advertir Harry sobre a conspiração para reabrir a Câmara Secreta. Da mesma forma, Sirius não é um autêntico Black. Almofadinhas parece ter ficado no meio do caminho para aborrecer os pais, colecionando em seu quarto grandes flâmulas da Grifinória e pôsteres de trouxas, segundo J. K. Rowling “somente para enfatizar como ele era diferente do resto da família Sonserina“.

Outro ponto em comum é a relação dos personagens com Harry. Ambos dão as suas vidas para proteger o filho de Tiago e Lílian Potter. Sirius talvez seja o personagem que, ao longo da série, foi o mais parecido com um pai para Harry, mais do que Hagrid, Dumbledore e Remo. Em O Cálice de Fogo, ao sentir a sua cicatriz arder, o protagonista da série deseja despachar uma coruja para alguém “como um pai ou uma mãe: um bruxo adulto a quem pudesse pedir um conselho sem se sentir burro, alguém que gostasse dele, que tivesse tido experiência com artes das trevas”. Imediatamente, ele pensa em Sirius. Com Dobby, as coisas ocorrem de forma similar. Não que Dobby seja uma figura paterna para Harry; é quase o contrário. Sirius dá os conselhos, Dobby parte para a ação, seja seguindo os passos de seu antigo dono, seja procurando um lugar para as reuniões da Armada de Dumbledore. Mas, como eu disse anteriormente, ambos dão a sua vida, e aí também reside aquela que julgo ser a maior diferença entre os dois: a morte.

É fato que ambos morrem com o intuito de salvar a pele de Harry e seus amigos, mas, ainda que seja um elfo doméstico, considero a morte de Dobby ainda mais digna do que a de Sirius. “Aqui jaz Dobby, um elfo livre” é o que tem escrito na pedra posta em cima do corpo que jaz próximo ao Chalé das Conchas. Dobby morre livre, satisfeito consigo mesmo, e num lindo ambiente. O padrinho de Harry, por sua vez, morre sem provar sua inocência, ainda considerado um fugitivo, insatisfeito por não poder mais ajudar seu afilhado.  Toda a sua esperança é varrida pelo que há por detrás do véu.

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Vira-Tempo: “Gente grande volta a ser criança por Harry Potter” (1998)

Hoje, nossa viagem de Vira-Tempo nos leva até uma matéria publicada em 8 de Outubro de 1998, nas páginas do jornal The Times. Ao notar que muitos adultos estavam um tanto quanto desconcertados em ler Harry Potter, por causa das capas infantis, a editora Bloomsbury arrumou uma solução para ninguém ficar de fora do grande fenômeno literário: uma nova edição de Harry Potter e a Pedra Filosofal, desta vez em duas versões, uma para crianças (de 8 a 13 anos), e uma para adultos. No recheio, tudo igual, mas capas diferentes.

Na Feira do Livro de Frankfurt, um entrevistado comenta sobre a universalidade da história contida na série Harry Potter. Mas, diz que muitos podem fazer gracinha com a cara de algum adulto pego lendo um livro infantil no meio da rua, por conta de sua capa cheia de desenhos infantis. Quanto à nova capa adulta, que traz uma enigmática estação de trem, ele diz ter ficado satisfeito, e elogiou a iniciativa da editora, dizendo que a nova edição traz uma capa “digna de um bom livro adulto”.

O agente da autora, Christopher Little, disse à reportagem que muitos adultos vieram confessar a ele esconder o livro por trás de seus jornais nos trens, para que pudessem ler sem ser importunados. Um garoto de sete anos chegou a escrever para J.K. Rowling dizendo que sua mãe não deixava o pai dele ler o livro quando ela não estava por perto, para que ela não perdesse nada da trama. Andrew Low, vice-presidente da Golden Books, uma das editoras especializadas em publicações infantis mais conceituadas do mundo, se disse impressionado com a iniciativa.

Como pai, ele explicou, tem tido a chance de desfrutar de muitas leituras infantis com os seus filhos, e “eles são cheios de drama e emoção, então não é surpresa nenhuma ver adultos desfrutando de livros feitos para crianças. Eles trazem de volta memórias preciosas da infância. E as crianças de hoje em dia estão mais sofisticadas também, crescendo mais rápido.”

Harry Potter não é o primeiro personagem infantil a ser apropriado por adultos: Ursinho Puff, James e o Pêssego Gigante e Alice no País das Maravilhas também alcançaram grande número de leitores. Por outro lado, esse fenômeno pode ter via dupla, as crianças também tomaram posse de As Viagens de Gulliver – escrito por Swift, para adultos – como sendo infantil. Argumentava a repórter.

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Top 7: As melhores tiradas de Severo Snape

Todos nós sabemos como Severo Snape, o temível professor de Poções, pode ser cruel e frio sempre que dirige a palavra a algum aluno de Hogwarts (com exceção dos alunos da Sonserina, claro). E foi pensando nisso que selecionamos as sete melhores tiradas de Snape para o TOP 7 desta semana. Mas cuidado, o Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos adverte, o conteúdo desta lista contém forte teor de desdém e ironia, e pode ser fatal para pessoas com estado de saúde frágil:

#07:

“Tsk, tsk, a fama pelo visto não é tudo. Vamos tentar outra vez, Potter.” (Pedra Filosofal, capítulo 8)

#06:

“Não espero que vocês realmente entendam a beleza de um caldeirão cozinhando em fogo lento, com a fumaça a tremeluzir, o delicado poder dos líquidos que fluem pelas veias humanas e enfeitiçam a mente, confundem os sentidos. Posso ensinar-lhes a engarrafar fama, a cozinhar glórias, até a zumbificar se não forem o bando de cabeça-ocas que geralmente me mandam ensinar.” (Pedra Filosofal, capítulo 8)

#05:

“Você, Potter, porque não disse a ele para não adicionar as cerdas? Achou que você pareceria melhor se ele errasse, não foi? Mais um ponto que você perdeu para a Grifinória.” (Prisioneiro de Azkaban, capítulo 9)

#04:

“Esta é a segunda vez que a senhorita fala sem ser convidada — disse Snape friamente. – Menos cinco pontos para Grifinória por ser uma intragável sabe-tudo.” (Prisioneiro de Azkaban, capítulo 9)

#03:

“Que é que a sua cabeça estaria fazendo em Hogsmeade, Potter? — perguntou Snape suavemente. – A sua cabeça não tem permissão de ir a Hogsmeade. Nenhuma parte do seu corpo tem permissão de ir a Hogsmeade.” (Prisioneiro de Azkaban, capítulo 14)

#02:

“Você sabe o que eu acho, Potter? — disse Snape, muito calmamente. – Acho que você é um mentiroso e um trapaceiro, e merece ficar detido comigo todos os sábados até o final do trimestre. Que é que você acha, Potter?” (Enigma do Príncipe, capítulo 24)

#01:

“Ainda bem, Potter — disse Snape friamente — porque você não é especial nem importante, e não cabe a você descobrir o que o Lorde das Trevas está dizendo aos seus Comensais da Morte.” (Ordem da Fênix, capítulo 26)

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Você já sonhou em ter a famosa Capa da Invisibilidade?

Muitos cientistas têm tentado trazer ao mundo dos trouxas alguns dos objetos mágicos de Harry Potter. Diferentemente de ajudar no combate às trevas, as pesquisas tem um intuito mais financeiro. Nesta semana, foi a vez de estudiosos da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, contarem seu sucesso na tentativa de fazer uma Capa da Invisibilidade.

Segundo o jornal britânico The Guardian, os cientistas criaram um artefato que faz os objetos desaparecerem. No entanto, ainda estamos falando do desaparecimento de pequenos objetos, como clipes de papel. Além disso, a capa não é feita de tecido, como a de Harry, mas sim de um cristal que acaba confundindo nossos olhos, com a flexão da luz. O sucesso do objeto se dá pelo fato de ser a primeira a funcionar em uma faixa de luz visível aos humanos.

Esta capa ainda precisa de muitos aperfeiçoamentos como: ser usada para esconder itens maiores; não depender tanto de luminações, filtros e lugares planos. Sem contar, o fato de que ela, apensar de esconder objetos, ainda é um artefato visível. O trabalho dos cientistas não será nem um pouco fácil e, como o chefe das pesquisas, Shuang Zhang, disse, fazer os objetos
sumirem no espaço, como a capa vista na série, é muito mais difícil

Tal tentativa de se fazer uma Capa da Invisibilidade não é única e muito provavelmente não vai ser a última. Outros exemplos são visíveis ao longo dos anos. A maioria desses experimentos é baseada em uso de materiais especiais e percepções de luz. Alguns dos exemplos mais famosos são o de cientistas japoneses que fizeram uma roupa que dava a impressão de fazer as pessoas desaparecerem, de tão boa a camuflagem produzida. Para acontecer a mágica, a vestimenta tinha o mesmo material das telas de cinema. Quando uma pessoa a vestia, os demais conseguiam ver o que tinha atrás dela, isso porque essa imagem já havia sido capitada e, então, foram projetadas na roupa.

Outro experimento bastante conhecido é o de um manto cujo truque para fazer os objetos desaparecer era aplicar micro-ondas (não o aparelho, mas as ondas eletromagnéticas pequenas) em um material específico, o “meta-material”. No entanto, os itens não desapareciam de fato, porque, na luz visível aos humanos, ainda estavam ali. Com o passar do tempo, novas notícias sobre tentativas parecidas foram surgindo, mostrando a evolução nas pesquisas e na melhoria desse manto.

E as notícias vão cada vez mais longe. Todo ano, pelo menos uma vez, algum cientista, ou grupo deles, alega ter encontrado a Capa da Invisibilidade. Como bons trouxas instruídos no mundo dos bruxos, sabemos que essas tentativas não serão plenas, afinal só existe uma capa original que é, inclusive, uma Relíquia da Morte. Resta nos contentarmos com o que a tecnologia trouxa mostrar aos nossos olhos.

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Vira-Tempo: “O diário de J.K. Rowling” (1998)

O jornal Sunday Times publicou em 26 de Julho de 1998 o que parece ser uma série de anotações feitas pela autora J.K. Rowling, como em um diário, sobre alguns momentos de sua nova vida como fenômeno literário. Nestes pequenos trechos, Rowling olha também para o passado e faz reflexões bastante interessantes de se ler. Tomamos a liberdade de traduzir e trazer para vocês nesta quarta edição, em 2011, do nosso Vira-Tempo.

No Café:

“Pelo menos uma vez por semana eu vou até o Nicolsons, Café de Edimburgo onde escrevi a maior parte do meu primeiro livro, Harry Potter e a Pedra Filosofal. O gerente e os donos estão mais amigáveis ultimamente – ou estão apenas aliviados de que agora eu faça pedidos. Eu concedo a maior parte das entrevistas no Café, em parte, por gratidão por todas as vezes que eles me deixaram ficar sentada lá tomando um expresso gelado por duas horas.

Eu não costumo escrever lá esses dias, porque me sinto muito autoconsciente, mas eu fiz uma entrevista de rádio, há dois dias, e é muito difícil de responder perguntas de forma sensata, quando metade dos funcionários, sua irmã e sua filha estão rindo insanamente por todo o restaurante por conta de como você parece boba usando um par de fones de ouvido gigantes no meio do Café.”

Da noite para o dia:

“A esta época, no ano passado, uma editora americana comprou os direitos de publicar Harry Potter e a Pedra Filosofal nos Estados Unidos, pelo que chamaram de uma “quantia substancial”. Minha vida mudou, literalmente, da noite para o dia. Desliguei o telefone, depois de falar com o meu agente, Christopher, em estado de choque (Acho que a minha contribuição a conversa se limitou a “Quanto? Não acredito nisso”), andei pelo meu apartamento por horas, em um estado de frenesi nervoso, fui dormir às duas da manhã, e fui acordada pelo telefone na manhã seguinte. Ele não parou de tocar por semanas. Era uma história de Cinderela para a imprensa; mãe, falida e divorciada, escrevendo em Cafés, enquanto sua filha dorme ao seu lado, e finalmente tira a sorte grande. Ver o meu rosto sorrindo em meia dúzia de jornais, com a legenda “pobre mãe solteira Joanne Rowling” foi desorientador.”

Reconhecimento:

“Acabei de voltar de uma série de leituras e sessões de autógrafos em livrarias e escolas, na Inglaterra e Escócia, para o lançamento do segundo livro de Harry Potter, Harry Potter e a Câmara Secreta, e tem sido uma das melhores semanas da minha vida. Encontrei com crianças de dez anos que vieram me mostrar suas próprias histórias, garotas que me entregaram cartinhas, roxas de tanta timidez, garotos envergonhados olhando para os pés enquanto as mães os incentivavam a dizer o quanto eles gostam dos meus livros (“Ele não conseguia largar do livro, não é, Daniel? Você o leu umas seis vezes, não foi, Daniel? Diz alguma coisa, Daniel!”). O momento mais especial foi encontrar a mãe de um menino disléxico de nove anos, ela me confidenciou que Harry Potter foi o primeiro livro que ele leu sozinho até o final. Ela disse ter irrompido em lágrimas quando encontrou o filho lendo na cama, depois dela ter lido os dois primeiros capítulos para ele em voz alta. Acho que não fui capaz de passar a ela como estava feliz com aquilo, estava prestes a chorar também.

Como uma ex-professora, há um sentimento caloroso de irresponsabilidade em me sentar diante deste cômodo apinhado de crianças e entretê-los, acima de tudo, sem pensar em sermões sobre disciplina. Devo dizer, porém, que nenhuma das crianças que encontrei na última semana tenham sido rudes, o que não pode ser dito de suas professoras, que estavam sentadas falando durante a minha leitura, enquanto sessenta lindas e bem comportadas crianças se comportaram maravilhosamente, ouvindo cada palavra.

Eu queria parar e dizer bem alto: “Vamos esperar até que você tenha terminado a sua conversa, tudo bem?”, mas eu sou uma covarde, então eu apenas li mais alto.”

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Vira-Tempo: “Todos loucos por Harry Potter” (1998)

Em 09 de Julho de 1998, o jornal The Scotsman publicava a constatação, que hoje pode parecer bastante óbvia para nós, falando treze anos depois, mas que só estava começando àquela época: Harry Potter era um grande fenômeno editorial. Uma autora desconhecida, em seu primeiro trabalho, havia conseguido capturar as mentes e as imaginações de uma multidão de jovens, e adultos. Tirando grandes nomes da literatura de suas primeiras posições nas listas de livros mais vendidos, e fazendo muita gente trocar o Futebol pelo Quadribol, e o raio de Ziggy Stardust, pelo de Harry Potter.

Um fenômeno curioso que é destacado pela publicação é a do número de adultos, cada vez maior, interessado pela série, agora de dois exemplares, após a publicação de Harry Potter e a Câmara Secreta naquele ano. A jornalista dizia, “o apelo de Harry Potter para adultos […] trabalha poderosamente contra uma norma cultural predominante em que as obras das crianças são vistas como menores em todos os sentidos: menos maduras, menos profundas, menos dignas de um interesse por parte dos adultos, menos interessantes e menos prazerosas”.

Rosamund Walker, gerente de vendas e marketing da Bloomsbury, se juntava ao coro dizendo: “Todos nós amamos muito o livro. Pessoalmente, estou quase pateticamente obcecado por ele. Todos os meus amigos, em seus vinte anos, leram o livro, e eles todos vão até se juntar ao fã clube. É um verdadeiro culto”. Walker aproveitou a ocasião à época para anunciar que, em breve, a editora estaria lançando no mercado capas mais adultas, para evitar qualquer tipo de constrangimento que poderia ser causado por leitores grandinhos lendo livros em capas infantis. Caso semelhante ao que aconteceu com os livros de O Senhor dos Anéis.

A própria autora comentou sobre o assunto, dizendo nunca ter escrito intencionalmente livros para crianças, porque a idéia a deixaria apavorada: “Me pareceu muito paternalista tentar escrever para crianças – o tom saía todo errado. Por isso mesmo, eu só escrevi para mim, e acho que a resposta das crianças mostra que você não precisa nivelar as coisas por baixo para agradar a elas – Eu acredito em não emburrecer”.

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TOP 7: Curiosidades do filme Pedra Filosofal

Harry Potter e a Pedra Filosofal estreou em novembro de 2001, e foi um sucesso que proporcionou as futuras adaptações da série, criando fãs, apaixonados pelos livros e filmes, no mundo inteiro. A Warner Bros. comprou os direitos de levar a história de J.K. Rowling aos cinemas em 1999, por £1 milhão; para o papel que viria a ser do ator Daniel Racliffe, 60 mil crianças foram testadas; o filme, na época em que estreou, ficou na segunda posição entre os longa metragens que mais arrecadaram dólares durante a sua exibição, atrás apenas de Titanic; Pedra Filosofal foi o único filme da série a ser indicado a três categorias no Oscar, de uma vez só, até agora; Ficou curioso(a), e quer mais fatos interessantes? Então aproveita o nosso TOP 7: Curiosidades do filme Pedra Filosofal, logo abaixo:

#07:

Nos EUA o livro Harry Potter e a Pedra Filosofal é chamado de Harry Potter and the Sorcerer’s Stone, ao contrário do resto do mundo que é Harry Potter and the Philosopher’s Stone. Assim, o filme nos Estados Unidos também ficou com o nome do livro, Sorcerer’s Stone,  e a cada vez que a Pedra Filosofal era citada nos filmes, os atores tinham que gravar duas vezes: uma falando Philosopher’s Stone e outra Sorcerer’s Stone para os EUA.

#06:

Um dos diretores cotados para o filme era Steven Spielberg. A intenção dele era fazer uma animação, com Haley Joel Osment dublando Harry. O diretor não foi escolhido porque Columbus prometia ser mais fiel ao livro, e por ter experiência com atores jovens em filmes anteriores, o que lhe rendeu muitas críticas.

#05:

O falecido e queridíssimo antigo-Dumbledore, Richard Harris, só aceitou o papel porque o seu neto, de 11 anos, o ameaçou dizendo que não falaria mais com ele caso recusasse o papel. E desligou o telefone antes que o avô pudesse sequer dar uma resposta.

#04:

Em um quadro perto das escadas que se movem está Ana Bolena, segunda mulher de Henrique VIII, suspeita de ser bruxa.

#03:

No troféu de Quadribol do pai do Harry, há também o nome da professora de Transfiguração do garoto, Minerva McGonagall, o nome do diretor de arte do filme, John King, e o nome do vilão Voldemort, Tom Marvolo Riddle.

#02:

Perebas é feito de computação gráfica, já que leva anos para um roedor ser treinado. E o primeiro membro do elenco a ser confirmado na série foi uma coruja! A coruja Ook que interpreta a Edwiges.

#01:

David Heyman, produtor, já pretendia filmar Pedra Filosofal desde 1997, quando a série era quase desconhecida.

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As dedicatórias de J.K. Rowling

Escritores costumam dedicar seus livros a alguém ou a algum grupo de pessoas, logo nas primeiras páginas de um livro. É a parte onde o autor agradece pelo apoio que recebeu enquanto escrevia, ou até mesmo dedica sua obra a alguém que não está mais aqui para ler o livro, mas que teve uma grande influência na realização deste.  Pode dedicar também a pessoas especiais que conheceu durante sua vida, pessoas que marcaram determinados momentos.

Ao longo dos sete romances publicados por J.K. Rowling até agora, deparamo-nos com várias pessoas a quem Rowling dedica um lugar especial ainda nas primeiras páginas. De Pedra Filosofal até Relíquias da Morte temos dedicatórias a amigos, filhos, marido e até mesmo ao leitor. Mas quem são essas pessoas e qual sua relação com a autora? Um bom número de fãs ficam curiosos para saber quem são aqueles anônimos que têm a honra de ter seus nomes em um best-seller. E por que não mostrar o que cada um faz ou fez na vida da autora?

O livro Pedra Filosofal teve uma dedicatória rápida, precisa, e para a maioria dos leitores na época, incompreensível:

Para Jessica que gosta de histórias, para, Anne que gostava também, e para Di, que foi quem ouviu esta primeiro.

Com as inúmeras entrevistas que J.K. Rowling daria durante os próximos dez anos, várias pessoas saberiam quem são as três pessoas da dedicatória de Pedra Filosofal. Jessica é a primeira filha de J.K., filha do português Jorge Arantes, com quem a autora ficou casada por poucos meses. Anne era a sua mãe que morreu de esclerose múltipla (vale lembrar que J.K. doa dinheiro para instituições com a intenção de solucionar a cura da doença) em dezembro de 1990, quando Rowling começava a escrever Pedra Filosofal; infelizmente, morreu sem nem ao menos sonhar que sua filha faria um sucesso enorme com seus sete livros. E Di é a irmã mais nova de Rowling que foi a primeira a ler o livro, segundo a própria dedicatória.

Para Sean P. F. Harris, motorista de carro de fuga e amigo dos dias tempestuosos.

É a dedicatória do sucessor de Pedra Filosofal, Câmara Secreta. Sean Harris é o melhor amigo de Rowling; conheceram-se quando a jovem tinha onze anos de idade, e ele foi a primeira pessoa a saber que a ambição dela era ser escritora. E segundo ela, ele sempre disse que ela estava fadada ao sucesso.

Para Jill Prewett e Aine Kiely, as avós do Swing.

Terceira dedicatória da série e a única que mostra que a autora fez amigos quando morou em Portugal. Foram companheiros de apartamento de Jo e ela batizou as suas amigas de “avós do Swing”, fazendo referência ao tempo que passavam no restaurante chamado Swing.

Para Peter Rowling, à memória do Sr. Ridley e para Susan Sladden, que ajudou Harry a vir à luz.

O quarto livro é dedicado ao pai de Rowling, a um velho amigo da família chamado Ronald Ridley de onde foi tirada a  inspiração para o nome do melhor amigo de Harry, e a babá que cuidava de Jessica enquanto Jo escrevia o primeiro livro.

Para Neil, Jessica and David, que transformam o meu mundo em magia.

Neil é o atual marido da autora e com quem teve dois filhos: David e  a caçula que ainda não havia nascido no ano do lançamento de Ordem da Fênix, Mackenzie.

A Mackenzie, minha linda filha, dedico o seu gêmeo de tinta e papel.

O sexto livro Enigma do Príncipe é considerado carinhosamente o gêmeo de tinta e papel de Mackienzie, já que ambos foram nascidos e publicados em épocas próximas.

Este livro é dedicado a sete pessoas: a Neil, a Jessica, a David, a Kenzie, a Di, a Anne e a você, que acompanhou Harry até o fim.

A dedicatória mais bonita de toda a série, que na edição inglesa do livro ficou com o formato idêntico de um raio, a marca registrada de Harry Potter. Nada mais justo do que a autora dedicar o último livro ao fã, ao leitor que teve o “trabalho” de ler todos os sete livros, aquele que acompanhou a história do Menino Que Sobreviveu. Aliás, fomos nós que fizemos com que aquele órfão fosse conhecido por todo mundo. Nada mais justo que ter um lugar na dedicatória do último livro da série.

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Vira-Tempo: “O segredo de Joanne Rowling é revelado” (1997)

Continuamos nossa visita ao passado com uma entrevista publicada em 21 de novembro de 1997, pelo jornal The Independent. Com uma velocidade assustadora, talvez muito mais veloz que uma Firebolt, o primeiro livro de Joanne Rowling a impulsionara de mãe solteira a autora premiada, em uma história digna de suas páginas fantásticas. Há época, Harry Potter e a Pedra Filosofal atingia a marca de 30,000 cópias vendidas, e acabava de receber o Smarties Book Prize, prêmio anual dado a livros infanto-juvenis escritos por um cidadão ou morador do Reino Unido, patrocinado pela Nestlé.

“Eu nunca, nunca sonhei que isso aconteceria comigo. Meu lado mais realista me permitiu pensar que eu poderia vir a receber uma crítica positiva em um jornal nacional. E essa foi a minha idéia de auge do sucesso. Então, tudo o que tem acontecido é como pisar no País das Maravilhas”. “[Escrever] Era um segredo. Alguns colegas de trabalho costumavam me chamar para ir a Pubs e eu dizia que não iria com eles porque faria compras. E então eles me perguntavam o que eu tinha comprado! Eu sentia vergonha de dizer que estava escrevendo um livro. Eu conheci muitas pessoas em bares que diziam estar escrevendo um livro e isso significava que eles tinham escrito algumas idéias aleatórias em um caderno.”

O livro foi comprado pela Bloomsbury e Rowling recebeu um adiantamento substancial. Ela está particularmente satisfeita com a vitória no prêmio Smarties (idades entre nove e 12), uma vez que é julgado por adultos e crianças. O livro já foi vendido a oito países e Hollywood está interessada em fazer uma adaptação para o cinema também. Aos poucos ela está se ajustando a uma vida boa, destacava o jornal britânico. “Eu tenho os meus momentos. Outro dia, em Edimburgo, eu fui ao meu café favorito para reler a versão editada do segundo livro de Harry Potter. Jessie estava no berçário, porque agora eu tenho dinheiro para pagar. Eu tinha um bolinho e uma xícara de chocolate quente e eu tive esse momento de revelação divina. Eu pensei: sou a pessoa mais sortuda do mundo.”

Joanne Rowling estava sendo paga para fazer o que tinha feito a sua vida inteira, podia sentar e ter certeza de que seus livros seriam publicados. Era uma escritora. “Estou sendo paga para isso agora. Este não é mais o meu hábito secreto”, brinca a autora.