Um garoto bruxo, uma cicatriz em forma de raio, amizade, coragem e um grande mistério.
Foi durante uma viagem de trem, na Londres de 1990, que J.K Rowling criou uma história mágica. “Os trens tem sido muito importantes em minha vida. Meus pais se conheceram em um trem,” contou. Três anos antes de Harry Potter e a Pedra Filosofal ser publicado, J.K desembarcou em Edimburgo, com um bebê em um braço, uma velha mala e um manuscrito meio amassado no outro. No livro, o herói Harry Potter é levado para viver com seus odiosos tios e seu primo gordo e mimado. Mas uma estranha carta, entregue por uma coruja (sempre as corujas, claro), o coloca na estrada – ou melhor, na linha do trem – que o leva direto para a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Após o ímpeto de inspiração nos vagões do metrô, Rowling começou a planejar um livro com “uma incoerente quantidade de aventuras”, usando a pedra como tema central. “Eu costumava ir dar uma volta com minha filha Jéssica em um carrinho, e quando ela adormecia eu sabia que tinha cerca de uma hora e meia, então eu corria para o café mais próximo e escrevia ferozmente,” relatou.
O mundo de Harry Potter, antes de virar fenômeno entre os jovens do planeta, salvou a sanidade da autora. “Além da minha irmã eu não tinha contato com ninguém. Eu nunca estive tão quebrada e o pouco que eu tinha foi gasto em coisas de bebê. Depois do meu casamento, tendo trabalhado a vida inteira, eu era de repente uma mãe solteira e desempregada em um pequeno apartamento grotesco. O manuscrito era a única coisa que eu tinha a meu favor,” revelou. Logo o agente literário Christopher Little aceitou agenciá-la e vendeu Harry Potter para a Bloomsbury. “Eles foram fantásticos. A edição deles é muito sensitiva e as poucas coisas que eles me pediram para arrumar ficaram melhores assim.” Para um primeiro romance é incrivelmente bem construído, como se escrito em um único surto criativo. Na realidade o que ocorreu foi o contrário. Ela encontrou a idéia da Pedra Filosofal, com seu poder de restaurar e imortalizar seu proprietário, durante seu casamento curto e mal-sucedido em Portugal.
As maiorias dos personagens de Harry Potter são pura caricatura, mas Rowling admite que a colega sabichona de Harry, Hermione, é um auto-retrato. “Ela é muito parecida comigo quando eu tinha 11 anos – Por fora bem inteligente, mas por dentro bastante insegura.” Em 2001, foi lançado o filme de Harry Potter e a Pedra Filosofal, aumentando o número de fãs da série. Sendo um grande sucesso de bilheteria, garantiu o filme de seu sucessor, Harry Potter e a Câmara Secreta.
Tempos atrás, quando a autora ainda se preparava para dar continuidade na história era franca quando não sabia do resultado. “Não me pergunte se vai dar certo. Eu estou muito empenhada nisso”, afirmou. Tantos anos se passaram desde sua viagem em 1990, e a escritora britânica confessa que chorou ao escrever o capítulo 35 do último livro, de sete, do bruxinho. “Aí Harry se prepara para a morte. Durante dez anos o tinha na cabeça, mas quando o passei para o papel tive a sensação de que lhe acompanhava. Certamente sabia que sobreviveria, mas tinha claro que era nossa despedida”, declarou.
E não é só a autora que está em clima de nostalgia. Os fãs, que esperavam ansiosos pela continuidade da série, ano após ano, se sentem órfãos desde que o ponto final foi determinado por Rowling. Os fanáticos não só acompanharam as aventuras de Harry Potter, como cresceram com ele e criaram o hábito da leitura, esquecido até então pela geração que se formava.
Hoje, assim como Harry, os leitores amadureceram. A escritora acompanhou essa evolução e marcou uma época. A Potter Heaven faz parte dessa história. Ela nasceu junto ao filme Harry Potter e a Pedra Filosofal. Desde 2001 busca informações com credibilidade e distribui entre os milhares de fãs do país inteiro.
Harry, Ron, Hermione, leitores, Potter Heaven… todos mais maduros, mais exigentes e certos de que uma história contada com magia é imortal.