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Parque Temático - O Mundo Mágico de Harry Potter

Prefeito de Londres quer parque temático inglês

No dia de ontem, um texto de Boris Johnson, também conhecido como o atual prefeito de Londres, apareceu na sessão de comentários do jornal inglês Daily Telegraph. O prefeito da capital inglesa escreveu um texto sobre o parque temático O Mundo Mágico de Harry Potter, que está prestes a abrir suas portas.

Johnson foi altamente crítico a respeito do local escolhido para a construção do parque temático, alegando que mesmo não tendo nada contra Orlando, ele ressente que a cidade tenha sido a escolhida para ser tornar o ponto de peregrinação dos fãs da série Harry Potter no mundo todo.

“Eu sei de um lugar que pode ser até melhor do que Orlando em se parecer com a cidade de Londres – e esse lugar é Londres. Eu quero saber o porquê desse paraíso de Harry Potter não estar sendo construído no Reino Unido, e eu não vou me convencer por qualquer desculpa sobre o clima. Eles construíram a Eurodisney em Marne-la-Vallée, um lugar tão frio e chuvoso quanto Londres – e tem sido um sucesso triunfante.”

O prefeito comentou sobre a longevidade da série Harry Potter, a emoção e a satisfação provocadas pelos livros, e finalizou fazendo um apelo a crianças e seus pais para escreverem para a Warner Bros., Universal e J.K. Rowling pedindo para que “Harry Potter volte para casa”.

O artigo, traduzido na íntegra, você confere clicando em ‘Continuar lendo’.

Thanks, TLC.

Aí está uma ideia mágica. Por que não trazer Harry Potter para casa?

Potter Heaven | Tradução por Cecília Bonfim

Hogwarts é tão britânica quanto banquetes no dormitório – então por que o novo parque temático é em Orlando, pergunta Boris Johnson.

Vocês sabem, às vezes eu não entendo o que há de errado conosco. Esse deve ser o país mais criativo e imaginativo do planeta – e às vezes nós parecemos simplesmente não ter ganas de explorar nossa propriedade intelectual. Dividimos o átomo, e agora precisamos de cientistas franceses ou coreanos para nos ajudar a construir nossas usinas nucleares. Aperfeiçoamos os melhores carros do mundo – e agora o Rolls-Royce está nas mãos dos alemães. Tudo o que inventamos, do motor de jato a Internet, descobrimos que alguém arranca daqui e faz uma versão fantástica disso em outro lugar. E agora, o maior insulto de todos, estou ouvindo de uma criança de 12 anos que preciso começar a fazer planos para levar todos para Orlando, Flórida.

Eu quero que vocês saibam que eu não tenho nada contra Orlando, apesar de que você, é claro, está muito mais sujeito a ser assaltado ou levar um tiro lá do que em Londres. Em geral eu adoro a América. Mas eu me ressinto profunda e amargamente de que Orlando está prestes a se tornar o lugar oficial de peregrinação de todos os fãs de Harry Potter do mundo. No dia 18 desse mês será revelada uma atração de mais de 80 mil metros quadrados – um parque temático – que vai se chamar O Mundo Mágico de Harry Potter, e o que se diz na indústria é que será imenso. Haverão salgueiros lutadores animatrônicos e maravilhosas atrações interativas em estilo de quadribol, e imensos Hagrids cobertos de plástico passeando bondosamente pelas ruas.

Nas palavras do Sr. Thierry Coup da Warner Bros: “Estamos levando os momentos mais icônicos e poderosos das histórias e colocando-os em um ambiente de imersão. Isso é levar o parque temático a um novo nível.” E claro que eu desejo a Thierry e seus colegas toda a sorte possível, e tenho certeza de que será maravilhoso. Mas não posso conciliar meus sentimentos; e quanto mais eu penso nos milhões de crianças sorridentes brandindo suas varinhas e correndo pelas torres de Hogwarts, e nos milhões de pobres pais vencidos que agora devem pagar para voar até Orlando e pagar por chapéus de bruxos e vestes de bruxos e sanduíches de bruxos regados de hidromel de bruxos, mais eu cerro meus dentes de irritação invejosa.

Porque o fato é que Harry Potter não é americano. Ele é britânico. Onde está o Beco Diagonal, onde eles compram varinhas e coisas assim? Está em Londres, e se você quiser entrar no Ministério da Magia, você desce por uma cabine telefônica de Londres. O trem de Hogwarts sai de King’s Cross, não da Grand Central Station, e sobre o que é Harry Potter? É sobre o ritual e a curiosidade e a excitação dos banquetes nos dormitórios de uma escola britânica em regime de internato, do tipo que não se encontra na América. Hogwarts é um lugar onde as crianças ocasionalmente se desentendem com as outras – não ficam “fulas” – e onde a situação é normalmente resolvida com o bom e velho senso de humor britânico.

Eu sei que Thierry e todos da Warner Bros e da Universal farão um maravilhoso trabalho para que tudo pareça autêntico e fiel às histórias. Mas eu sei de um lugar que é ainda melhor do que Orlando em parecer com Londres – e é Londres. Eu quero saber por que esse Reino de Potter não está sendo construído no Reino Unido, e eu não serei convencido com nenhuma bobagem sobre o clima. A Eurodisney foi construída no Vale de Marne, onde é no mínimo tão frio e tem tanta garoa quanto em Londres – e tem sido um sucesso triunfante.

Não me diga que isso é moda, que Harry Potter não vai durar muito depois do último filme. Como todo mundo, eu assisti com total deslumbramento minhas crianças serem sugadas para o mundo de J.K. Rowling. Eu as ouvi tagarelar sobre os detalhes, as dicas e sugestões que se tornam ainda mais ricas quando se lê outra vez, as emoções provocadas e a profunda satisfação que esses livros evidentemente dão.

Eu tenho na minha frente uma cópia tão cheia de marcas de dedos e “orelhas” quando a Bíblia de um missionário, e caso você ache que eu estou exagerando, ou extrapolando generosamente pela minha experiência própria, deixe que eu lhe mostre as imagens.

Isso sem falar nos filmes, que agora alcançaram quase $5,3 bilhões e que devem estar entre os maiores sucessos cinematográficos globais de todos os tempos. Apenas olhe para as vendas de J.K. Rowling, a garota de Gloucestershire que, como se sabe, começou sua carreira literária rabiscando na mesa de um café em Edimburgo.

Não, espere: vamos olhar para seus rivais. Pegue Beatrix Potter, por exemplo, que tem vendido como bolos quentes pelo mundo por mais de um século. Ela vendeu 60 milhões. Ou veja Enid Blyton, com dezenas de títulos em seu nome, incluindo a série de grande sucesso sobre Noddy. Ela fez cerca de 100 milhões, e o mesmo vale para o grande Dr. Seuss, que também tem um vasto número de livros ainda nas prateleiras. Ainda não estamos nem perto do auge da criação de J.K. Rowling. Você teria que passar dos valores das revistas em quadrinhos mais vendidas de todos os tempos – Tintin em 160 milhões e Asterix em 250 milhões e ela ainda está no topo do cenário literário.

Os sete livros de Harry Potter venderam cerca de 400 milhões de cópias, em 67 idiomas. Não há nada assim na história. Pensem no impacto cumulativo na imaginação da geração mais nova de hoje – e esses jovens lerão Harry Potter para seus próprios filhos amanhã.

Meu ponto é que esse comércio de Potter tem pernas. E vai correr e correr, e nós devemos estar completamente malucos, como país, para deixar que os americanos façam dinheiro de uma incrível invenção britânica. Eu apelo às crianças desse país e aos seus pais pottermaníacos para que escrevam a Warner Bros e Universal, e talvez, à grande J.K. em pessoa. Tragam Harry para casa na Grã-Bretanha – e se vocês quiserem um lugar com menos chuva do que Roma, com excelente transporte público e fortes ligações com Harry Potter, eu sei o lugar exato.

Por Bruno Longbottom

está na Potter Heaven há cinco anos, e hoje é editor do site. Corvinal, Jornalista, Cinéfilo apaixonado, não vê testralhos e não sabe voar de vassoura. No twitter, é o @bmaranhas.

2 respostas em “Prefeito de Londres quer parque temático inglês”

O parque tematico ja foi aberto no dia 18 e qeria ter mais imformaçoes das lojas de dentro do parque temarico wizarding word of Harry Potter

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