“Harry Potter e a Câmara Secreta” e “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” certamente marcaram a minha infância e a de muitos outros fãs. Nesses dois livros, respectivamente, somos apresentados a dois dos mais queridos e amados personagens da nação Harry Potter: Dobby e Sirius Black. Mas pelas barbas de Merlin, o que teriam em comum um elfo doméstico e o padrinho do protagonista, um fugitivo inocente? Muito mais do que podemos imaginar.
Primeiramente, nenhum dos dois personagens pertencem às suas respectivas famílias. Dobby não é um elfo doméstico comum, uma vez que passa a pedir pagamento pelos seus serviços após ser libertado por Harry. Isso aterroriza os demais elfos, como Winky, a criada do Sr. Crouch, que diz que “elfos domésticos não nasceram para se divertir”. Na verdade, Dobby nunca gostou realmente de fazer o que a família Malfoy mandava, chegando ao ponto de tentar advertir Harry sobre a conspiração para reabrir a Câmara Secreta. Da mesma forma, Sirius não é um autêntico Black. Almofadinhas parece ter ficado no meio do caminho para aborrecer os pais, colecionando em seu quarto grandes flâmulas da Grifinória e pôsteres de trouxas, segundo J. K. Rowling “somente para enfatizar como ele era diferente do resto da família Sonserina“.
Outro ponto em comum é a relação dos personagens com Harry. Ambos dão as suas vidas para proteger o filho de Tiago e Lílian Potter. Sirius talvez seja o personagem que, ao longo da série, foi o mais parecido com um pai para Harry, mais do que Hagrid, Dumbledore e Remo. Em O Cálice de Fogo, ao sentir a sua cicatriz arder, o protagonista da série deseja despachar uma coruja para alguém “como um pai ou uma mãe: um bruxo adulto a quem pudesse pedir um conselho sem se sentir burro, alguém que gostasse dele, que tivesse tido experiência com artes das trevas”. Imediatamente, ele pensa em Sirius. Com Dobby, as coisas ocorrem de forma similar. Não que Dobby seja uma figura paterna para Harry; é quase o contrário. Sirius dá os conselhos, Dobby parte para a ação, seja seguindo os passos de seu antigo dono, seja procurando um lugar para as reuniões da Armada de Dumbledore. Mas, como eu disse anteriormente, ambos dão a sua vida, e aí também reside aquela que julgo ser a maior diferença entre os dois: a morte.
É fato que ambos morrem com o intuito de salvar a pele de Harry e seus amigos, mas, ainda que seja um elfo doméstico, considero a morte de Dobby ainda mais digna do que a de Sirius. “Aqui jaz Dobby, um elfo livre” é o que tem escrito na pedra posta em cima do corpo que jaz próximo ao Chalé das Conchas. Dobby morre livre, satisfeito consigo mesmo, e num lindo ambiente. O padrinho de Harry, por sua vez, morre sem provar sua inocência, ainda considerado um fugitivo, insatisfeito por não poder mais ajudar seu afilhado. Toda a sua esperança é varrida pelo que há por detrás do véu.
3 respostas em “Sobre elfos e prisioneiros”
Muito boa a matéria. Adoro ler textos sobre a série. :P
Ah, até a morte dos dois tem algo em comum: ambos mortos pela Bellatrix.
=D
Muito bom o texto… adorei!!!
e pra piorar a responsável pela morte de ambos atende pelo nome Vaca… digo Bellatrix
Sirius sempre será meu personagem favorito e o dobby permanece nos corações de todos nós fãs!
Hey equipe da PH! Queria pedir textos do Severo! Adorei as tiradas dele! Que venham outros textos do melhor personagem! [Na minha opinião, óbvio. =D]