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Terceiro Conto: O Coração Peludo do Mago

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Esse conto narra a história de um rico e amargurado mago, que, vendo como seus amigos ficavam bobos e tolos quando estavam apaixonados, jurou que jamais se apaixonaria, recorrendo secretamente às artes das trevas para obter uma espécie de imunidade contra o amor. Seus pais acreditavam que isso mudaria um dia, e várias mulheres utilizavam artifícios até então infalíveis para tentar conquistá-lo, sempre sem sucesso.

O mago ficou tão frio, que, mesmo após a morte de seus já pais já idosos, ele não se sentiu triste, mas sim aliviado por ter a casa exclusivamente para ele. Assim, começou a viver uma vida farta, com vários empregados que priorizavam a o bem-estar do patrão.

Certo dia, esse mago ouviu alguns de seus empregados conversando. Um deles dizia ter pena do mago por ele ainda não ter se casado. O outro se perguntava por que o mago, que era cheio de talentos, bonito e rico, ainda não havia encontrado uma esposa. Aquilo feriu o ego do bruxo, desencadeando nele a vontade de arrumar a mais bela mulher para se casar.

Eis que uma bruxa, exatamente como o mago buscava, chega à vizinhança para visitar parentes. Era uma bela mulher, talentosa com magia e rica.

Mesmo não sentindo nada por ela, o mago começou a cortejá-la. A bruxa percebeu, então que ele era frio e distante. A família dela, no entanto, apoiava a união dos dois.

Assim, o mago ofereceu um banquete suntuoso para a família da moça. Ela sentou-se em um trono ao lado do mago, e este lhe recitava poesias. A bruxa respondeu a um desses versos dizendo que achava as palavras recitadas muito bonitas, e que ficaria encantada com toda a atenção que ele lhe dava se ele ao menos possuísse coração.

Então, ele a conduziu para a masmorra onde guardava seu maior tesouro: seu coração pulsante, encolhido e coberto por pêlos negros, depositado dentro de uma caixa encantada de cristal.

A moça ficou aterrorizada com o que viu, e implorou que o mago o pusesse de volta no peito. O mago acatou o pedido, mas o seu coração havia se corrompido, não sendo mais sensível a sensações que outrora o faria cair de amores pela donzela. Agora, o coração do mago havia se tornado perverso.

Depois de um tempo, os convidados do banquete decidiram sair pelo castelo à procura do casal. Chegaram à masmorra onde anteriormente estava a caixa com o coração do mago, e se depararam com uma cena estarrecedora. A jovem estava caída, com o peito aberto. Ao lado dela, encontrava-se o mago, que tinha o coração ainda pulsante da jovem nas mãos, achando que poderia substituí-lo pelo coração peludo.

Tentou induzir a saída do coração velho usando a varinha, mas o coração peludo era mais forte e se recusou a deixar o peito do mago. Diante dos convidados, o mago largou a varinha e pegou uma adaga de prata. Cravou-a ao peito, arrancando o coração do peito, arrancando o coração de lá, e jurando que não seria mais induzido a fazer nada pelo coração.
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