Quando aceitou o papel do garotinho bruxo no armário debaixo da escada, o ator Daniel Radcliffe não poderia imaginar a repercussão que a série teria no mundo do cinema, e muito menos em sua vida pessoal. Ao longo de quase dez anos, o mundo observou o ator principal de uma das franquias cinematográficas mais bem sucedidas da história crescer diante dos holofotes. Daniel Jacob Radcliffe virou Harry James Potter diante dos nossos olhos.
“Quando você se identifica intensamente com um personagem por tanto tempo, é natural que ele quase se torne um pseudônimo. Mas recentemente me fizeram perceber que as pessoas estão usando meu nome real com maior freqüência”, brinca o ator.
Em uma conversa descontraída para a revista americana OUT, nas bancas em agosto, Radcliffe estampa pela segunda vez na carreira a capa de uma revista direcionada ao público gay, e ao lado de sua amiga, a cantora e compositora transgênero Our Lady J, fala sobre carreira, política, movimento GLBT, Projeto Trevor, encontros e o que pensa de Nova York e Broadway. O ensaio foi feito pelo renomado (e, digamos de passagem, sempre ousado) fotógrafo de moda Terry Richardson.
A dupla não foi escolhida por acaso: Radcliffe virou manchete dos tablóides no ano passado por conta da sua amizade com Our Lady J e rumores sobre um suposto relacionamento entre os dois. “Eu estava no set de Harry Potter quando aconteceu toda aquela história do tablóide de nós passeando ano passado e nenhum dos meus amigos disse nenhuma bobagem sobre isso. Ninguém se importou. E o set de filmagens inclui gente de todas as áreas da sociedade, e eu tenho que dizer que há uma mistura bem grande. Com certeza não houve estigma.”
Segundo a revista ele já fez as duas das coisas mais ousadas que um ator adolescente poderia fazer: Estrelou uma peça na Broadway (Equus de Peter Shaffer), e o fez completamente nu. Mas também está com data marcada para estrear novamente na mesma Broadway, agora com o musical How to Succeed in Business Without Really Trying. Uma refilmagem do clássico de guerra de 1930 Nada de novo no front e o papel principal em The Woman in Black, uma história de fantasmas do estúdio de filmagem Hammer também estão na fila.
Para aqueles que podem estar se perguntar sobre a capacidade vocal do ator, ele avisa que tem feito aulas de dança por um ano e meio agora e de canto por dois anos e meio. “As aulas de canto começaram por ter que cantar o tema de Milky Bar [propaganda de doce] no comecinho de Equus. Por algum motivo eu inventava uma melodia nova toda noite. Então eles me mandaram para esse cara, Mark Meylan, que, entre outros, ensinou Alan Rickman a cantar.”
A tradução integral da matéria que estará na revista americana você pode ler logo abaixo. Já as imagens podem ser vistas, em tamanho integral, na nossa galeria.