Está enganado quem pensa que a escritora britânica J.K. Rowling escreveu a saga mais famosa do planeta, apenas em um rompante de inspiração. O universo mágico de Potter foi desenvolvido através de muito estudo, pesquisas e baseado nas crenças e formas de vida das civilizações antigas. De acordo com o historiador gaúcho Rafael Baioto, 37 anos, Rowling se inspirou nos grupos cristãos da idade média, no magismo egípcio, na mitologia européia e do oriente médio, além da cabala hebraica. “Após ler os livros constatei que a maior fonte de inspiração foi à mitologia nórtica, pré-cristã e em algumas lendas mulçumanas. É uma espécie de miscelânea de crenças desenvolvidas pela humanidade ao longo dos anos”, explica.
Baioto afirma que a oclumência – o poder de ler mentes – era usado pelos egípcios e a materialização de objetos pela ciência hermética, que estuda o poder em potencial de manipulação e criação da realidade. Baioto conta que, segundo a crença, essa ciência teria sido criada no Egito antigo, aperfeiçoada na idade média e segue viva até hoje. Avada Kedavra, a terrível maldição da morte, é um termo hebraico da cabala que significa uma ligação do invisível com o visível. Com a manifestação do poder. “A cabala reforça a ideia de que a realidade está num plano mágico que influencia, diretamente, o mundo material. Algumas pessoas dominam isso e são os que chamamos de magos”, salienta.
Apaixonada, desde criança, pelas letras, a escritora britânica J.K. Rowling já dava indícios de que tinha talento para escrever desde que foi alfabetizada. O comprometimento de Rowling pela literatura e pesquisa se deve muito ao seu histórico acadêmico. Ela tinha ambição de estudar línguas na Oxford. Seus A-Levels em inglês, francês e alemão (dois As e um B) eram bons o bastante no papel para lhe conseguir uma vaga nas universidades de Oxford e Cambridge, mas ela não foi aceita. Seus professores ficaram surpresos, achando que ela fora vítima do preconceito institucional com alunos de escolas públicas. Os sonhados anos em Oxford foram substituídos pela Universidade de Exeter.
Anos depois, ela se candidatou para estudar para um certificado de pós-graduação em educação em línguas modernas da Moray House, agora parte da Universidade de Edimburgo. Em 1995, ela ingressou na instituição, com o auxílio de uma bolsa suplementada por um amigo. E foi a grande diversidade de leitura que inspirou J.K. Muitos autores influenciaram sua obra, e fizeram nascer em Joanne a vontade latente de tornar-se escritora.
Para escrever sobre Harry Potter, o historiador afirma que Rowling buscou inspiração na bruxaria moderna e aponta alguns livros, fontes de pesquisa de J.K., que podem melhor explicar o assunto. “A escritora russa Helena Blavatski, criadora da Sociedade Teosófica, que escreveu as coleções Isis sem Véu e Doutrina Secreta e o famoso Cabalista Eliphas Levi, com sua obra Dogmas e Rituais da Alta Magia também são muito interessantes e tratam de temas abordados nas obras da britânica,” garante. O Martelo das Feiticeiras, escrito pelos padres do Santo Ofício, responsáveis pela inquisição que identificava bruxarias na idade média, também é uma fonte de leitura que aborda rituais dos livros, além do escritor Aleister Crowley.
A história de Harry Potter é ,de alguma forma, baseada em um pedaço de realidade, mesmo que fantasiosa. Então, aos fãs, um conselho: não percam a esperança, ainda que tardia, de receber uma carta, envidada por uma coruja. Quem sabe escondida em Londres exista um mundo que todos conhecem tão bem. Afinal, alheio a todas as discussões sobre o tema, uma coisa é certa: a magia está sempre agindo em nossas vidas.
10 respostas em “Pingos de realidade”
Tou impressionado com este texto!
Tenho certeza que a magia está sempre presente na vida das pessoas, basta acreditar.
Aguardo a anos a minha coruja e vou ficar no aguardo eternamente!
A realidade fantasiosa na história de Harry Potter encanta as pessoas de diversas idades justamente por nos proporcionar viver por alguns instantes no mundo da magia que a saga nos envolve… Eu adoro H.P.
Muito bom o texto, amei!
É sempre bom acreditar que existe um pouco de magia em tudo!
Muito bom. Mostrando que por trás dio mundo maravilhoso de Harry Potter também existe uma ampla pesquisa e uma eterna pitada de magia!
Bjos e amei o texto!
Sempre percebi várias influências nos livros da série, mas nada muito concreto. Adorei o texto! Muito bom!
muito booooom!
caraca, sério!
chorei no final… ainda espero a minha coruja.
MUITO BOM O TEXTO!
parabéns pra equipe PH!
espero a minha coruja até hoje também!
esse mundo existe, galera!
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Eu gosto muito de acreditar que minha coruja tá perdida por aí, atrás de mim!
Muito bom o texto!! É sempre bom descobrir coisas novas sobre esse mundo!
Como eu disse, essa notícia ta ótima (:
Na verdade, oclumência é uma magia de defesa da mente, ou seja, serve para bloquear, fechar a mente; impede que alguém invada a mente do oclumente.
Já, “o poder de ler mentes” quem exerce é o legilimente, o bruxo que é apto em legilimência.
Fora este detalhe no texto, de resto, eu achei interessante! Na verdade, eu não estou “ligado” nisso… Rowling é um gênio, e se inspirou em várias histórias, lendas, folclores etc., para abrilhantar o mundo mágico de Harry Potter.
A propósito, feliz 45 anos, amanhã (31 de Julho de 2010), para nossa escritora! *-*
E feliz 30 anos para Neville Longbottom, hoje (30 de Julho de 2010); e Harry Potter, amanhã (31 de Julho de 2010), também! ;D
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