Ofidioglosia, Slytherin, Nagini, o basilisco… O que esses nomes tem em comum? O fato de remeterem a um grupo de animais bem peculiar: As serpentes.
Em a Câmara Secreta, Harry depara-se com um dos animais mais perigosos descritos em lendas da idade média. Teria origem do cruzamento de uma galinha com uma serpente ou sapo. Era temido por ter o poder de matar à distância, segundo o naturalista romano Plínio “matam os arbustos sem nem mesmo tocar neles, só com a respiração, e as pedras racham, tal é o poder diabólico dessas criaturas”. Estudiosos apontam três espécies de basilisco, o dourado, que é capaz de envenenar apenas com o olhar, outro capaz de cuspir fogo e um terceiro, que assim como a medusa (que em lugar dos cabelos tinha cobras), petrificava suas vítimas, tamanho o horror de o ver.
Descritos quase sempre como serpentes gigantes, os basiliscos, apesar de tudo, tinham um ponto fraco. Harry fora salvo por Fawkes, a fênix de Dumbledore, e é exatamente um pássaro que é capaz de derrotar o basilisco. Mas não uma fênix, e sim um galo. Viajantes, temendo a aparição de um basilisco, levavam-nos consigo em suas excursões.
Mas o basilisco não é a única serpente que Harry chega a enfrentar. Nagini, a cobra de estimação de Voldemort o ataca na casa de Batilda Bagshot. No livro, Nagini é uma naja, já no filme, é retratada como uma Boa constrictor.
Particularmente sou admirador desses animais, e posso dizer, é uma dramática diferença. A diferença começa em que uma é venenosa, a outra não. A naja, da família das Elapidae, é característica do leste asiático. Traz consigo a emblemática capa, a qual ela achata contra o corpo, tornando-a maior diante de predadores e assumindo a forma que todos a conhecem. Possui um veneno neurotóxico (atinge o sistema nervoso) que causa paralisia dos músculos, da respiração e pode facilmente levar a morte. É a cobra usada pelos encantadores, que a “hipnotizam” ao som de flauta. Na verdade nenhuma cobra possui ouvidos, o que acontece na verdade é que a cobra não consegue estabelecer um alvo fixo, já que o encantador não para de mexer a flauta, ela então fica ziguezagueando, esperando um momento para atacar. Talvez por esse motivo Nagini é tão manipulável por Voldemort.
Já a boa constrictor dos filmes é a famosa jibóia. De hábitos noturnos, ela não possui veneno, ela captura a presa num rápido bote, se enrola em volta e com seu corpo, que é puro músculo, constringe, até que a presa não consiga mais respirar (a cada vez a presa expira, ela aperta mais, impedindo que a vítima inspire). Existem algumas superstições sobre as jiboias no Brasil. Em alguns locais, a sua cabeça é cortada e utilizada como colar para “fechar o corpo”, ou seja, proteger contra feitiçaria e outros males.
Harry libertou uma delas no seu primeiro ano, no zoológico que visitou com os Dursley. A cobra agradeceu (note que no filme a cobra pisca em agradecimento, entretanto nenhuma cobra tem pálpebras…). Isso lhe revelou sem querer que ele podia entender a língua das cobras. O que lhe foi útil no ano seguinte, para combater o basilisco e por fim Voldemort em si.
Outra lenda envolvendo cobras se passa no ambiente amazônico, na lenda da cobra grande. Conta-se de uma cobra de mais de 20 metros vivendo anonimamente em rios e florestas amazônicas. Talvez nenhuma cobra tenha esse tamanho hoje, entretanto, se houvesse, os cientistas defendem que possa ser a do gênero Eunectes: sucuri ou, como ficou conhecida mundialmente, anaconda. Essas cobras comumente passam dos 7 metros, e são, de fato, capazes de engolir um homem (há casos).
Cobras são símbolo de medo, astúcia e traição. Rowling colocou cada um desses adjetivos em prática em seus personagems que tenham alguma ligação direta com esses animais. E de certa forma os agrupou, tornando-os símbolos máximos de algo a ser combatido. Slytherin, fundador da Casa Sonserina (cujo símbolo é uma cobra), o seu diretor Snape (que lembra a palavra snake – cobra em inglês), e que por sua vez é servo de Voldemort, cujo rosto lembra o de uma serpente.
2 respostas em “[COLUNA] Fato número 6: Répteis rastejantes, um perigo constante a Harry!”
Realmente ela levou pros livros todo o medo e desconfiança que devotamos às cobras.
Eu não sou de ter fobia de bicho nenhum, mas admito que tenho uma certa aversão a estes seres rastejantes, embora tenha certeza de que acabo os considerando mais malignos do que na verdade eles são.
Gostei do texto.
Abraço!
adorei a materia