Como muitos de vocês devem saber, aconteceu ontem (8), na cidade de São Paulo, a cabine de imprensa de Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2, sessão reservada para críticos de cinema, jornalistas e representantes de fansites aqui do Brasil. Quem nos segue no Twitter (em @PotterHeaven) já deve saber que enviamos para a ocasião uma representante da equipe do site (e que também é estudante de Cinema), a Ana Doring. Pois bem, trazemos aqui a primeira crítica de Relíquias da Morte – Parte 2 escrita pela Potter Heaven. Mas atenção, se você não quer saber detalhes sobre o ritmo do longa metragem, ou a forma como as passagens do livro foram trabalhadas no filme, aconselhamos que espere até dia 15 de Julho.
Crítica de Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2
Potter Heaven | Por Ana DoringFãs de Harry Potter sempre tem histórias para contar: as inúmeras horas em filas – de cinemas ou de livrarias -, os amigos que surgiram por causa da série, aonde estavam quando tal livro foi lançado, com quem assistiram a estréia de cada filme, a qual casa pertenceriam e porquê. Mas, principalmente, muitos sempre falam quantos anos tinham quando conheceram a série. Esse sempre me pareceu um fato curioso, porque não é toda série que acompanha uma geração inteira (eu mesma conheço a série há dez anos), que é capaz de se sustentar por tanto tempo. Então, como dar o desfecho merecido à toda essa geração com a adaptação para os cinemas do último livro?
Esta segunda parte de Relíquias da Morte já se apresenta como diferente quando não se ouve a habitual música-tema que acompanha o logo da Warner Bros. e, Hogwarts, que não aparece na primeira parte, e não é mais um lugar seguro: escura, envolta pela neblina, cercada de dementadores, e sob comando de Severo Snape. Os alunos vestidos nos uniformes de Hogwarts andam enfileirados, encurralados na ditadura imposta na escola, vazia e silenciosa, transmitindo a atmosfera de terror, e de desalento que se instalou no mundo bruxo.
Ainda assim, as cenas grandiosas não demoram a aparecer, e a primeira sequência é de encher os olhos. Quando Harry, Rony e Hermione (disfarçada como Belatriz Lestrange; Helena Boham Carter em um dos pouquíssimos alívios cômicos do filme) decidem invadir Gringotes com a ajuda do duende Grampo, o banco é grandioso, branco, frio, num enorme contraste com o subterrâneo escuro por onde os três são conduzidos até o cofre de Belatriz, guardado por um dragão incrivelmente real. E essa é a primeira cena em que se pode perceber que o 3D, apesar de convertido, funciona muito bem – toda a sequência com o dragão destruindo Gringotes em busca da saída é impecável.
E, em se tratando de tornar real, os feitiços tem um papel importante aqui. Eles são apresentados muito mais visíveis, palpáveis e característicos. Como a Maldição Imperius usado no duende em Gringotes, que parece uma brisa inebriante, ou quando a proteção ao redor de Hogwarts é quebrada e um dos sequestradores brinca com um “pedaço” dela. É uma forma de dar vida à batalha, de tornar visual as armas que os bruxos possuem e o que elas são capazes de fazer. Assim como as mortes são muito mais explícitas, não só por haver a necessidade de amarrar alguns personagens, mas por se tratar de uma guerra. E, sim, somos perfeitamente bem ambientados em uma: Lord Voldemort anda pela Mansão dos Malfoy, por entre corpos e chão ensanguentados, o lobo Greyback atacando uma criança em uma muito bem construída sequência que acompanha Harry, Rony e Hermione pela Hogwarts em guerra, já destruída.
Em meio a Batalha de Hogwarts, os personagens importantes desse último capítulo vão tendo seus desfechos, seus papéis a desempenhar, surpreendentes ou não. Para os fãs, David Yates constrói o momento e te deixa entendê-lo, um pouco antes de atirar a morte de um personagem importante que seja. O corpo de Fred Weasley estirado no chão, com a família Weasley ao redor, Lupin e Tonks, a professora Trewlaney anunciando a morte de uma aluna, e o Salão Principal se transformando em uma enfermaria. Nosso olhar não é poupado, como aconteceria em filmes anteriores.
Mas, o grande drama gira ao redor de Snape, Voldemort e Harry. As memórias de Snape são uma leve surpresa pela fotografia diferentíssima do resto do filme, mas essas primeiras cenas em que é situada a relação de Snape e Lilían não se demoram muito, e logo as memórias ficam tão escurecidas quanto Snape se tornou, chegando então àquela que decidirá o caminho de Harry. E, aqui, falando como fã, a cena da Floresta Proibida em que o pomo de ouro se abre e revela a Pedra da Ressureição, é lindíssima. Aqui, assim como na maior parte das cenas importantes, os personagens tem falas idênticas ou muito próximas do que é dito nos livros. O final da Batalha é corrido, cheio de cortes que mostram Harry e Voldemort, Rony e Hermione, Neville e a Espada de Godric Gryffindor, Sra. Weasley e Belatriz, Draco, Lúcio e Narcisa… É onde todos esses personagens fazem suas escolhas, é o ápice da Batalha e o grande final de Harry e Voldemort.
Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 é acelerado, triste e emocionante. É executado com maestria. Fiel ao livro, consegue realizar o que promete: um final épico para a série que marcou toda uma geração. É um filme digno do público, um filme para aqueles que acompanharam Harry até o fim, e para quem a magia não vai acabar.
Faltam cinco dias para Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2!