Em entrevista concedida ao The Daily Record, Robbie Coltrane (Hagrid nos filmes) conta um pouco sobre as angústias com o fim da série Harry Potter e sobre futuros – e antigos – projetos.
“Eu sinto pelo fim de Harry Potter pelas razões óbvias de dizer tchau para um monte de pessoas das quais me tornei amigo através dos anos, mas também porque estarei deixando de receber um salário regular. Você não acha muito disso no ramo de atuar.”
O senhor de 59 anos está igualmente preocupado por suas jovens co-estrelas em Harry Potter. Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint, assim como muitos outros atores, cresceram nos sets da adaptações cinematográficas dos livros de J.K. Rowling.
Nascido em Rutherglen, Robbie diz: “ Para eles a conclusão dos filmes será como terminar a escola, dizendo tchau para os amigos e saindo para o mundo grande e selvagem. É um passo enorme e não seria surpreendente se alguns deles, pelo menos, se sentissem nervosos por fazê-lo.”
Confira abaixo a tradução na íntegra da reportagem. É uma boa pedida para os fãs do ator e curiosos sobre o futuro do elenco após Harry Potter.
Robbie Coltrane: Agora que Harry Potter acabou, quero voltar para as comédias
Tradução por Aretha | Potter Heaven
Ele é um dos atores britânicos mais reconhecidos com uma linha de papéis em filmes e televisão.
Mas Robbie Coltrane admite que está preocupado sobre seu próprio futuro depois de sua vida como Hagrid quando os filmes de Harry Potter chegarem ao fim.
E ele também teme pelas jovens estrelas dos filmes.Robbie estará em Relíquias da Morte partes 1 e 2, que fecharão a multimilionária franquia.
Com o fim dos filmes à vista, ele é desarmadoramente franco sobre o estado de sua carreira.
“Eu não sou nenhum George Clooney”, ele diz. “Eu com certeza não preciso lutar por um caminho até a mesa de café da manhã através de uma montanha de roteiros. Eu sinto pelo fim de Harry Potter pelas razões óbvias de dizer tchau para um monte de pessoas das quais me tornei amigo através dos anos, mas também porque estarei deixando de receber um salário regular. Você não acha muito disso no ramo de atuar.”
O senhor de 59 anos está igualmente preocupado por suas jovens co-estrelas em Harry Potter. Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint, assim como muitos outros atores, cresceram nos sets da adaptações cinematográficas dos livros de J.K. Rowling.
Nascido em Rutherglen, Robbie diz: “Para eles a conclusão dos filmes será como terminar a escola, dizendo tchau para os amigos e saindo para o mundo grande e selvagem. É um passo enorme e não seria surpreendente se alguns deles, pelo menos, se sentissem nervosos por fazê-lo.”
Antes de o vermos na série do jovem bruxo novamente, Robbie estará de volta nas telas pequenas no drama da ITV Murderland.
No dia em que nos conhecemos, o ar-condicionado em seu confortável pequeno trailer, por causa de uma pedra jogada do set, estava quebrado. Não que seja a falta de ar gelado que o faça sentir calor abaixo do pescoço.
O que o está fazendo suar é tentar explicar a história das três partes de Murderland sem dar muitos detalhes sobre seus bem construídos segredos.
“Posso te dar uma visão geral”, ele oferece, depois de um lento suspiro. “Uma mulher foi assassinada nos anos 90 e sua filha obsessiva quer o caso reaberto, nos dias atuais. Meu personagem, DI Douglas Hain, concorda em fazê-lo. Agora perto da aposentadoria, foi Hain que investigou a morte de Sally Walsh pela primeira vez, mas não achou seu assassino. Mas talvez ele não quisesse – e talvez ele tenha razões para esconder a verdade da filha dela hoje. Basicamente, Hain é um personagem meio ‘O Médico e o Monstro’. Para algumas pessoas, ele é um cara legal, para outras, não. Então eu tive que fazê-lo quase como dois personagens diferentes. Apesar de que, tristemente, eu não esteja sendo pago duas vezes. Não com ITV em tantas dívidas.”
Piadas de lado, isso é uma coisa bem pesada para Robbie. É um retorno ao tipo de drama obscuro que nós vimos em Cracker, a série de TV em que ele fez Fits, o falho, que bebia demais, psicólogo. É com certeza uma guinada para longe do relativo alívio de Harry Potter.
“Não que haja risada demais nos filmes – elas vão gradativamente diminuindo à medida que a história de Harry avança para um final”, diz Robbie, acrescentando que ele relutantemente teve que abandonar suas raízes comediantes.
Ele diz: “Meu filho, Spencer, disse outro dia: ‘Por que você não faz algo divertido, pai? Você era tão divertido’ naquele jeito de “era” que as crianças tem que te fazem sentir realmente velho e inútil. Mas é verdade que eu não tenho a chance de ser engraçado do jeito que eu costumava, eu não recebo esses roteiros. Havia um tempo em que eu pensava que comédia era um jogo para rapazes, que não era mais pra mim. Mas seria bom pelo menos ter a oportunidade de provar que eu ainda posso fazê-lo.”
Apesar da natureza precária do showbusiness, Robbie não faz o tipo ‘pai rígido’ com seus filhos – Spencer, 17, e Alice, 11, com sua esposa artista Rhona Gemmel.
Ele diz: “Eles são ambos talentosos os suficiente para atuar e eu não ficaria no seu caminho se isso fosse o que eles realmente querem fazer. Mas esse é o ponto, tem que ser um desejo ardente, porque pode ficar difícil quando você está começando.”
Por um acaso, o trailer de Robbie na locação está estacionado apenas algumas ruas além de onde ele vivia quando começou no ramo.
Sua “invasão” no norte de Londres era seu lar quando ele estava no ar com comédias de vanguarda dos anos 80, como Alfresco, The Young Ones, Tutti Frutti e Laugh? I Almost Paid My License Free.
Claramente não sendo um dos que deixa suas antiguidades de comédia na porta do estúdio, ele sugere que uma visita à caixa de correio local seria vantajoso para quem quisesse ver como ele era louco, naquele tempo.
“Você pode encontrar minhas iniciais marcadas no concreto em volta da caixa de correio”, ele confessa. “Por quê? Bem, o cimento ainda estava molhado e meu colega de quarto e eu tínhamos tomado umas.”
O sorriso faceiro momentâneo no rosto de Robbie sugere que ele foi temporariamente transportado para aqueles dias cabeças e anarquistas dos anos 80. Ele volta no passado também em Murderland, apesar de que não tão longe dessa vez. Flashbacks estão restritos a 1994, quando a personagem central, Molly Walsh, foi morta.
“Eu senti como se estivesse voltando para outra era”, ele diz, “Você não percebe, o quanto as coisas mudaram, nos últimos quinze anos. Tudo, do tamanho dos telefones celulares ao desenho das roupas. Ah, e eu também, é claro. Me fazer parecer quinze anos mais novo requer o milagre da maquiagem.”
Então, o suficiente sobre o passado. E sobre o futuro? A vida pós-Potter de Robbie promete uma mistura eclética de projetos.
Ele sempre quis aparecer num filme de cowboys, e também gostaria de fazer uma série sobre a indústria de motor cars americana, assim como um filme sobre as lendas da comédia o Gordo e o Magro.
Sobre repetir seu personagem mais famoso, Fitz em Cracker de Jimmy McGovern, ele não seria contra isso também.
“Estou nas mãos de Jimmy, nessa”, diz. “Tudo depende se ele conseguiria usar Fitz para expressar a irritação ou inspiração que ele sente sobre alguma coisa. Eu adoraria fazê-lo.”
O que não está na agenda é se mudar para Hollywood. Muitos escoceses conseguem sucesso nos EUA hoje, mas Robbie não se juntará a eles.
Ele diz: “Hollywood ofereceu algumas coisas quando Cracker estava na TV, mas você acaba vivendo em um tipo de gueto super-valorizado, cercado de crianças estragadas com cartões de platina. Por isso – mais o fato de que meus filhos eram jovens demais naquele tempo, e eu não queria trazê-los para longe de seu lar – eu disse não. E não me arrependo por isso.”