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Amor e Outras Drogas

Título Original: Love And Other Drugs
Direção: Edward Zwick
Roteiro: Charles Randalph, Edward Zwick, Marshall Herskovitz, Jamie Reidy
Elenco: Jake Gylenhaal, Anne Hathaway, Oliver Platt, Josh Gad, Hank Azaria, Judy Greer
País de Origem: Estados Unidos
Duração: 112 minutos

Todo tipo de sinopse desse filme vai te dizer que ele acompanha a história de Jamie Randall, um homem carismático, persuasivo e mulherengo, em sua incursão pelo mundo das vendas farmacêuticas, trabalhando como representante da gigante do ramo Pfizer. Sua função é conseguir com que os médicos locais prescrevam Zoloft ao invés de Prozac, e, mesmo trazendo mimos para as recepcionistas e retirando as amostras do concorrente de todas as prateleiras que consegue alcançar, parece impossível que ele cumpra sua cota mensal e consiga entrar nas “big leagues”, em Chicago. Isso até que a Pfizer crie uma nova droga, revolucionária: o Viagra.

Quem quer que tenha visto o filme vai te dizer que ele acompanha a história de Maggie Murdoch, 26 anos e já no primeiro estágio da Síndrome de Parkinson, uma garota que teve seus ideais moldados às limitações de sua condição e que se impossibilita de viver algo além do exato instante que está vivendo. Ela encontra Jamie no consultório de um dos médicos que ele tenta conquistar e inevitavelmente atrai o rapaz; inicialmente para uma relação puramente sexual e ao longo do filme, para algo muito maior que isso.

Não é que a atuação de Jake Gyllenhall seja insatisfatória, mas seu personagem é relativamente raso até que o elemento Maggie Murdoch entre em cena. Há uma cena específica que o define com exatidão: quando ele está na cama com a instrutora do programa de treinamento dos representantes, pensativo, e ela pergunta em que ele está pensando. “Dinheiro”, ele responde. Ele vem de uma família de médicos, seu irmão já é milionário por ser responsável pela criação de um software para clínicas e hospitais e tudo o que ele fez na vida foi desistir da faculdade de medicina. A partir daí, vai de emprego em emprego – particularmente aqueles que exigem poder de persuasão e simpatia, como corretor de imóveis ou vendedor de… qualquer coisa – e vive sua vida para ganhar dinheiro e ter mais mulheres diferentes em sua cama.

E então entra Anne Hathaway, numa atuação incrivelmente sensível, maravilhosa em absolutamente todas as cenas, roubando absolutamente todas as cenas, protagonizando o filme muito mais que o Gyllenhall poderia sonhar em fazer. Faz muito sentido que o Amor venha primeiro no título; o plano de fundo da indústria farmacêutica e o surgimento do Viagra surgem no filme apenas como elementos que conduziram o personagem ao momento em que ele conheceria Maggie e teria sua vida completamente modificada. Os momentos mais inspirados de Jake como Jamie são exatamente aqueles em que ele se dá conta de como a vida de Maggie é uma constante luta, e quando ele decide que quer fazer parte dessa luta.

Oliver Platt (O Homem Bicentenário, 2012) traz uma personalidade interessante para o chefe de Randall, Bruce, e sua dedicação sem limites à companhia que nunca lhe dá valor é o mais perto que o filme chega de realmente discutir a problemática das grandes empresas farmacêuticas (já que a apresentação da Pfizer é arrebatação e fogos de artifício); e Josh Gad (Quebrando a Banca) dá vida ao peculiar irmão mais novo de Jamie com uma característica vulgaridade que acaba gerando simpatia.

Baseado no livro Hard Sell: The Evolution of a Viagra Salesman, o roteiro é simples, se desenrola com fluidez e encontra atores de qualidade em praticamente todas as pontas para torná-lo um bom roteiro (mesmo que Hathaway praticamente domine a projeção), apesar de permitir apenas uma vaga percepção da passagem de tempo no enredo. O filme tem planos cuidadosos e uma fotografia agradável, principalmente em retratos mais frágeis da personagem de Anne, e conta com uma trilha sonora deliciosa, que se encaixa muito confortavelmente em todas as cenas.

Em suma, é um bom filme, que poderia ser absolutamente superficial, mas mostra um toque muito humano em quase todos os momentos, que produz bons sentimentos e traz boas lições – muito como seus protagonistas.

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Kick-Ass: Quebrando Tudo

Título original: Kick-Ass
País e ano de produção: EUA e Inglaterra, 2010
Duração: 117 min
Gênero: Ação / Super-Herói
Direção: Matthew Vaughn
Roteiro: Jane Goldman, Matthew Vaughn, Mark Millar (HQ), John Romita Jr. (HQ)
Elenco: Aaron Johnson, Christopher Mintz-Plasse, Chloe Moretz, Mark Strong, Nicolas Cage

Não leio muitos quadrinhos, mas li os de Kick-Ass por causa da divulgação do filme (mas antes dele ser lançado). Quando iniciei a leitura, só faltava ser publicada a oitava (e última) edição. A espera foi torturante, pois tinha adorado as outras edições. Confesso que tinha receio de que o filme não fosse tão bom, mas ele chegou a ser melhor que a HQ!

A história de Kick-Ass: Quebrando Tudo é centrada no adolescente Dave Lizewski (Aaron Johnson), um fã de quadrinhos, que decide se transformar em um super-herói real, mas em nada de “super”, o tal Kick-Ass do título. Logo ele esbarra com um misterioso vigilante chamado Big Daddy (Nicolas Cage) e sua filha Hit Girl (Chloe Moretz), que estão trabalhando juntos para se vingar de Frank D’Amico (Mark Strong), um barão das drogas.

Com o desenrolar da trama, Dave conhece outro super-herói, Red Mist (Christopher Mintz-Plasse). Mas ele é na verdade o filho de D’Amico, Chris, que tenta armar uma emboscada sobre os outros heróis para que seu pai possa acabar com eles, que estão arruinando seu negócio.

O elenco do filme está perfeito. Aaron Johnson consegue segurar o filme como o protagonista, rendendo ótimas cenas, e com um ótimo sotaque americano (ele é inglês). Mas os maiores destaques são Christopher Mintz-Plasse como Chris D’Amico/Red Mist e Chloe Moretz como Mindy Macready/Hit-Girl, que estão praticamente geniais em seus papeis. Nicolas Cage (com sua referência genial a Adam West) e Mark Strong (com seu terceiro vilão do ano!) também estão ótimos em seus papeis, como era de se esperar.

O diretor Matthew Vaughn, que já foi convidado para dirigir X-Men: O Confronto Final mas largou o projeto, mostra que sabe dirigir um filme de super-heróis, usando vários elementos de outros filmes dos heróis (leia mais depois), e colocando sempre a ação e o humor na medida e no momento exato. (Talvez por isso, foi recentemente chamado para dirigir o novo X-Men: First Class.)

O filme consegue transmitir as cenas de ação melhor do que os quadrinhos, mostrando que a mídia em que Kick-Ass se encaixa melhor é o cinema! O filme ainda consegue colocar um final bem melhor no filme do que o original da HQ, deixando-o mais atraente e até melhor. O filme também consegue mostrar perfeitamente a admiração da população com os heróis, como eles são importantes e por que eles existem, graças ao ótimo roteiro de Jane Goldman e do próprio Matthew Vaughn, baseado na obra de Mark Millar e John Romita Jr.

Os figurinos dos filmes estão perfeitos. Os trajes dos super-heróis estão um pouco diferentes do quadrinho, e chegam a serem melhores, mais pops que os originais. A trilha sonora também está muito boa: músicas divertidas quando a Hit-Girl literalmente “entra em ação”, música de aleluia em um momento muito inusitado, e a música de quando somos apresentados ao Dave é realmente empolgante, alem de todas as outras.

Como já mencionei antes, o filme traz muitas referências a outros filmes de super-heróis: o protagonista tentando saltar de um prédio pro outro (Homem-Aranha), o vilão filmar o que faz e liberar pra todos verem (Batman: O Cavaleiro Das Trevas), a trilha de um só som tenso que vai crescendo em um certo momento de sequestro (referência ao mesmo Batman já citado), e tantas outras.

O filme é muito bom, tanto como filme de super-herói como um filme em si. Já é um dos meus favoritos, e pra mim é o melhor segundo melhor filme do ano (só atrás de Toy Story 3), e pode ainda acabar estando no meu TOP5 desse ano. Recomendado!

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Como Treinar o Seu Dragão

Título original: How to Train Your Dragon
País e ano de produção: EUA, 2010
Duração: 98 min
Gênero: Animação / Aventura / Fantasia
Direção: Dean DeBlois, Chris Sanders
Roteiro: Dean DeBlois
Elenco: Jay Baruchel, Gerard Butler, America Ferrera, Craig Ferguson

Animações costumam ter o poder de atrair uma enorme quantidade de público aos cinemas devido ao apelo infantil que costumam ter. Estúdios como Pixar, Dreamworks, entre outros, todo ano fazem o melhor que podem para lançar o melhor filme de animação do ano. Eu, pessoalmente, sou um fanático pela Pixar, e idolatro eles com o fundo do meu coração. Seus filmes fizeram parte da minha infância e marcaram a minha vida, sem exceções. Depois que passei a observar mais o mundo do cinema e conhecer técnicas e tudo o mais, passei a expandir mais meus horizontes, procurando outras animações além das da Pixar. Vou confessar que, até essa semana, a Dreamworks ainda estava num conceito muito abaixo do da Pixar na minha opinião. Apesar de fazer um enorme sucesso com filmes como Shrek, Kung Fu Panda e Monstros Vs. Alienígenas, a Dreamworks sempre representou pra mim filmes de comédia quase pastelão no mundo da animação, enquanto os filmes da Pixar possuiam um humor mais direcionado, sem piadas idiotas e com histórias que nos traziam uma mensagem no final e não só risadas. Pois bem, mudei minha forma de pensar sobre a Dreamworks depois de assistir Como Treinar o Seu Dragão.

O filme, adaptado do livro de mesmo nome, conta a história de Soluço, filho de um Viking que mora em uma aldeia constantemente atacada por dragões. O sonho do protagonista é se tornar um grande matador de dragões, porém suas ações levam todos a crer que ele não leva jeito para a “profissão”. Durante um ataque, Soluço consegue derrubar e capturar um Fúria da Noite, o dragão mais perigoso e misterioso de todos. Como é comum com as crianças, ninguém acredita em sua história quando ele a conta. Ao encontrar o dragão abatido, Soluço descobre que não consegue matar dragões e solta a criatura, que depois se torna amigo dele, recebendo o nome de Banguela.  Nesse meio tempo, seu pai o obriga a entrar no “curso” de treinamento para se tornar um matador de dragões. É aí que começa uma vida dupla, enquanto tenta sobreviver ao curso, Soluço desenvolve uma forte amizade com Banguela às escondidas que traz a ele uma forma diferente de ver o modo de viver dos dragões.

Como comentei, a Dreamworks sempre fez filmes em que os heróis e personagens principais sempre eram uma espécie de bobão atrapalhado que, para fazer rir, sempre caia, se batia em alguma coisa, ou causava algum desastre, fazendo todo mundo rir, como foi o caso do Panda Po, e o Burro de Shrek. Diferente da Pixar, que cria personagens profundos, com uma história forte e altamente apaixonantes como Wall-e, Nemo e Carl Fredericksen. Não estou desmerecendo a Dreamworks pelos trabalhos anteriores, só acho o estilo dos filmes inferior, ao se fazer uma comparação direta com a Pixar. Porém, em Como Treinar o Seu Dragão, não há esse humor, paradoxalmente, sem graça. As cenas engraçadas, realmente são engraçadas, e os personagens têm uma carga emocional muito forte. Aliás, a trama em si é densa. A amizade de Soluço com seu amigo dragão é delicadamente desenvolvida, fazendo a platéia se apaixonar pelo bicho e querer um igual para levar para casa. O mesmo acontece com a relação entre Soluço e seu pai, que possui um forte tom dramático e me fez encher os olhos de lágrimas no fim. Sem contar que o fator realidade está fortemente presente na história. (Half – Spoiler) A morte sempre é uma opção em cenas de ação e ferimentos graves são comuns, como realmente acontece com um certo alguém no clímax.

Apesar de tudo, todos os filmes da Dreamworks sempre tiveram um visual incrível, com cenas lindas de se assistir, como foi o caso de Kung Fu Panda. O mesmo acontece com esse filme. Cada dragão possui um estilo e forma diferente, o que os torna muito mais interessantes, pois passam a ter uma personalidade própria. As cenas de voo entre Banguela e Soluço são de tirar o fôlego e também incrivelmente bonitas. E todos os cenários são cuidadosamente trabalhados, dos mínimos detalhes à arquitetura da aldeia. Tudo isso é ainda melhor ao se assistir ao filme em 3D. Durante as cenas de voo, constantemente assistimos a cena do ponto de vista do dragão, o que nos faz entrar na tela e até sentir um certo frio na barriga. A profundidade é muito bem aproveitada e a Dreamworks finalmente acerta como usar o 3D de forma inteligente e interessante.

Como Treinar o Seu Dragão me surpreendeu, e muito. Faço questão em dizer que já é o meu favorito para o Oscar de melhor animação de 2010. Claro que a Pixar lança Toy Story 3 no meio do ano, o que pode mudar minha cabeça. Não sei qual vai se sair melhor, mas Como Treinar o Seu Dragão chegou para deixar sua marca nas nossas mentes, mostrando que a Dreamworks pode estar tendendo, em seus próximos lançamentos, para um caminho mais profundo no mundo da animação, onde os filmes deixam de ser apenas um produto de venda e diversão, mas também uma obra de arte que deve, e merece ser apreciada muitas e muitas vezes. Que eles se sintam à vontade, pois a fórmula eles já descobriram, só falta explorá-la da melhor forma.

Obs: Os apaixonados por Banguela, como eu, já estão tentando botar a tag #EuQueroUmDragao nos Trending Topics do Twitter. Quem quiser ajudar, fique a vontade! \o/

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Percy Jackson e o Ladrão de Raios

Título Original: Percy Jackson and the Lightning Thief
País de Origem/Ano de Lançamento: EUA,2010
Duração: 119 min
Gênero: Aventura / Fantasia
Direção: Chris Columbus
Roteiro: Craig Titley, Rick Riordan (livro)
Elenco: Logan Lerman, Sean Bean, Kevin McKidd, Steve Coogan, Catherine Keener, Pierce Brosnan, Uma Thurman, Rosario Dawson, Brandon T. Jackson, Alexandra Daddario

É difícil escrever sobre uma adaptação de um best-seller para os cinemas. As opiniões sempre ficam divididas entre os que gostaram ou não. Normalmente os grandes estúdios ficam felizes quando pelo menos metade dos espectadores ficam satisfeitos com o filme. O problema é quando a maioria deles é formada por fãs do determinado livro e que saem dos cinemas revoltados com o que viram nas horas anteriores. Acreditem, essa cena tem se repetido por todos os cinemas que passo, e deve estar se repetindo pelo mundo todo também, com os fãs da série sobre mitologia grega Percy Jackson e os Olimpianos.

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Harry Potter – Ultimate Editions

Na minha opinião, para os fãs da série, esse foi o lançamento do ano. Quem entende do assunto, sabe que a experiência em ver um filme em Blu-ray é altamente satisfatória. A qualidade de som e de imagem são estupendos, fazendo os filmes se tornarem ainda mais prazerosos de serem vistos. Não seria diferente com os filmes de Harry Potter. Claro que todos os filmes já existem em Blu-ray a mais tempo, porém, faltava um lançamento a altura da série. Foi aí que surgiram as Ultimate Editions. Elas nada mais são do que os filmes em duas versões: Original e estendida com, as já conhecidas, cenas deletadas. Além do filme, tembém temos um enorme documentário que será dividido em oito partes, sendo que cada parte virá em uma edição das Ultimate Editions.

Bom, não tenho o que comentar dos filmes. A Pedra Filosofal e A Câmara Secreta não são os filmes preferidos da maioria dos fãs, que dizem serem filmes lentos e infantis demais. Tudo bem, A Pedra Filosofal realmente tem um alto tom de filme infantil, porém A Câmara Secreta é, na minha opinião, uma das melhores adaptações da série. O clima criado para o filme ficou muito bom! Adoro o mistério, o suspense que paira Hogwarts. Apesar de não ser o meu livro favorito, acho esse filme uma adaptação altamente satisfatória. Sem falar que acho que Chris Columbus conseguiu fazer, tanto no primeiro, quanto no segundo, Hogwarts do jeito que eu imaginei ser, comportada, mágica, como é mostrada noos filmes, e não aquela Hogwarts rebelde, selvagem e adolescente que Cuáron bruscamente transformou em O Prisioneiro de Azkaban. Mas não falemos das adaptações. Eu falo do terceiro filme quando a sua respectiva Ultimate Edition for lançada.

Se você comparar as edições americanas com as brasileiras, vai notar a grande diferença entre as duas. A primeira tem um tratamento de primeira, com embalagem de alta qualidade, impressão muito boa, e incrivelmente linda. A brasileira, apesar de também ser bonita, está com um material inferior e não possui a mesma beleza. O conteúdo é o mesmo, porém, a apresentação mudou. Sem falar que no Brasil as edições não foram lançadas em Blu-ray, apenas em DVD, o que foi uma baita falha, já que o Blu-ray a cada dia que passa, garante cada vez mais espaço no mercado.

Os filmes estão em ótima qualidade, com som impecável e imagem perfeita. O disco do documentário possui, além do documentário, trailers e TV spots, que eu particularmente adoro ver, e alguns Screentests. É um material bem interessante. Já os outros extras, para a minha surpresa, não vêm em blu-ray. O terceiro disco é na verdade o DVD duplo das edições já lançadas anteriormente aqui no Brasil, com nenhum extra a mais. Achei que deviam ter pelo menos transferido para o blu-ray! Mas tudo bem, continua tudo muito lindo!

Para terminar, eu fiz um vídeo mostrando as edições para vocês com todos os detalhes e explicando algumas coisas também. Lembrando que só A Câmara Secreta tem áudio e legenda em português viu? Se alguém quiser comprar a versão americana do primeiro filme, vai ter de se virar ou com o inglês ou com o espanhol, infelizmente.

Espero que tenham gostado do vídeo. Acho que muitos fãs estavam curiosos para ver essas edições. Quando as outras forem lançadas eu faço outros vídeos para mostrar a vocês também! :-)

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Um novo Holmes

Diretor: Guy Ritchie
Duração: 128 min
Elenco: Robert Downey Jr, Jude Law, Rachel McAdams, Mark Strong
Gênero: Ação/Aventura
País: EUA
Roteiro: Michael Robert Johnson, Anthony Peckham

Não querendo usar o mesmo tema da minha colega Luciana, mas ao mesmo tempo incontida pelo furor de ter acabado de sair do cinema eu resolvi escrever também sobre o novo Sherlock Holmes. Principalmente por que o filme ainda ta fresco na minha mente.

A certeza que fica é que Guy Ritchie acertou errando. Apesar de eu não ser fã do detetive nem ter lido os livros (talvez eu nem seja a pessoa certa pra escrever sobre o filme) eu sei que ele não faz o tipo interpretado, de forma brilhante, por Robert Downey Jr. Ao repaginar o personagem, o diretor concedeu um lado irônico, jovial e mais atlético digamos assim a Holmes. Porém manteve o mesmo brilhantismo na forma de deduzir seus casos, trazendo momentos em que você chega a se perguntar se esse brilhantismo não é fantasioso demais.

Quanto a John Watson segue a mesma linha de Holmes usando muito mais sua força nos raros momentos em que seu parceiro parece voltar aos “velhos hábitos”. Não sei se pelo fato de eu não ter lido os livros e ter apenas na cabeça o bordão “elementar meu caro Watson”, eu imaginava o doutor jovem mesmo e como um eterno aprendiz de Holmes e é essa a imagem que Jude Law aparenta inicialmente. No entanto com o decorrer do filme você acaba se deparando com Watson aconselhando e até mesmo dando sermões em Holmes.

Agora vem a parte que eu vou apanhar dos fãs. Quando vi no elenco Rachel McAdams para o papel de antigo affair do detetive eu gostei bastante (confesso que muitas vezes um filme me atrai pelo elenco). Já Kelly Reilly (Mary Morstan) eu não tinha muito o que esperar, ao final do filme eu achei que a única química que rolou foi entre Sherlock e Watson. Tiveram certos momentos que eu acreditei que a noiva do doutor podia ter algo haver com a trama e terminei o filme ainda me perguntando o que o Watson viu na Mary?

Ainda na questão das mudanças no comportamento original do detetive ouvi muitas pessoas criticarem o filme, até mesmo algumas que se recusam a assisti-lo. Porém a adaptação caiu bem nos atores e pro filme em geral que arranca grandes risadas com as tiradas de Robert Downey Jr nas quais mereceram o Globo de Ouro que ele recebeu recentemente. È inegável também a ótima atuação de Mark Strong como Lorde Blackwood.

Quanto à trama por trás da história eu diria que ela é digna de Sherlock Holmes, muito bem amarrada e muito bem contada.

Na falta de motivos suficientes pra você assistir o filme ainda podemos acrescenta trilha sonora. Mais uma vez Hans Zimmer demonstrou seu talento com belas composições que caíram perfeitamente para o clima do filme.

Então, por mais que você esteja revoltado com as mudanças no Sherlock Holmes ou se você acha um crime o personagem de Sir Arthur Conan Doyle curtir boxe, o filme mesmo assim vale à pena, tente encarar como outro detetive que você vai acabar se divertindo. Agora caso você nem conheça a série (acho difícil) vai curtir ainda mais.

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Lula, O Filho do Brasil

Direção: Daniel Tendler, Fábio Barreto
Elenco: Rui Ricardo Dias, Glória Pires
Ano: 2010
Duração: 130 min

“Trabalhador não é de esquerda e muito menos de direita,” diz a versão cinematográfica do presidente.

O filme começa com Dona Lindu (Glória Pires), grávida de Lula, com seus seis outros filhos, na porta de casa, observando o pai deles, seu marido, sair de casa rumo a São Paulo com sua amante. Em uma das poucas cenas esteticamente interessantes do filme, somos apresentados às três principais premissas do filme: que Aristides (Milhem Cortaz) é quase cruel com sua família, um péssimo pai; que nenhum dos irmãos de Lula tem voz, expressão, ou sentimentos, e que o filme não é sobre a personagem de Glória Pires, mas é como se fosse, porque basta um olhar dela e não sobra mais ninguém na tela.

Primeiro sinal de alerta: depois do parto de Luiz Inácio, uma confusão de espaço e tempo preenche a tela por minutos intermináveis que deveriam nos dar a idéia de que Lula está crescendo com sua família, mas que apenas tem o efeito de confundir o espectador. Numa série de cenas soltas que não se interligam, Fábio Barreto nos mostra a que veio: um filme puramente comercial de baixa qualidade, que não se encaixa direito no rótulo de cinebiografia que traz.

É chocante como o sertão é amenizado: nenhuma menção a como a vida lá era estupidamente difícil, em que nada que se tem é o suficiente para os oito filhos, em que se passa fome e sede periodicamente, em que sol e terra se misturam numa massa quente, rachada, triste; então quando Jaime (um dos únicos dos irmãos que participam do filme ativamente) escreve uma carta em nome do pai Aristides, pedindo que a mãe se junte a ele em São Paulo, o filme torna difícil entender porque Dona Lindu foi, sem hesitar, mesmo provavelmente guardando uma mágoa inominável do marido.

E o diretor insiste em representações rasas da realidade durante o filme todo: a viagem de pau-de-arara de Pernambuco a São Paulo passa fácil, com um enterro na beira da estrada e a duração do trajeto (13 dias e 13 noites) artificialmente em destaque tentando representar a dificuldade, sem sucesso; a vida em São Paulo – entre escola, curso no SENAI, emprego, e além – não parece ser tão difícil: exceto pelos momentos de “Cadê a minha cana?!” do pai, uma enchente jogada no meio do filme (nenhuma cena sequer menciona a inundação depois que ela acontece: reconstruir casa? Recuperar roupas, eletrodomésticos, móveis? Nada.), e a morte da primeira esposa, a vida de lula é retratada como uma vida pobre, mas razoável, em que não falta nada, apesar de não sobrar.

A infância do Lula do filme foi chata, sim; um pai bêbado exigindo que você trabalhe aos dez anos não deve ser fácil, mas assim que Aristides ameaça machucar seu filho, Dona Lindu se aventura no mundo com todos eles sob a asa. Com a proteção de sua mãe, ele vai à escola, se torna um aluno excelente, e almeja sempre orgulhá-la, crescendo pra ser um homem importante.

Sabe aquela cena em Dois Filhos de Francisco, em que a mãe Dira Paes tenta fazer com que os filhos esqueçam da fome? Não existe uma cena assim em Lula, por mais que saibamos que na vida real ela existiu. Não existe nada assim no filme – pra quem diz que esse deveria ser o próximo Dois Filhos – nada que te faça dizer “nossa, que vida super difícil!”. Nem a cena da morte de sua esposa e seu filho segura emoção o suficiente pra que sintamos a força que o homem teve que ter pra seguir até ali.

O diretor, claro, tem alguns (poucos) momentos iluminados: quando Lula vai à fabrica como estagiário pela primeira vez, e suja seu macacão de óleo para mostrar à sua mãe que trabalhou, a que se segue uma troca intensa de olhares entre mãe e filho orgulhosos de si mesmos. Em nenhuma cena durante todo o filme dá pra ter uma ideia melhor de como cada pequena vitória era uma grande vitória, de como nunca na vida algum de nós entenderá essa sensação; assim como quando ele se forma no curso de torneiro mecânico do SENAI, e o orgulho da mãe transborda da tela (aliás, basicamente todas as cenas de Glória Pires. Ela definitivamente salva o filme).

Então, então o pior de tudo.

Não dá pra falar de Nelson Mandela sem falar da questão racial na África do Sul; não dá pra falar de Meryl Streep sem envolver sua importância no cinema mundialmente; não dá pra falar de Harvey Milk sem falar do movimento gay estadunidense. Claro que a importância de Lula é muito diferente das importâncias de qualquer um desses, mas o ponto é que a despolitização de todo o filme foi o maior desse festival de erros de Fábio Barreto.

Então Lula nem sabia o que eram sindicatos, achava que era só uma grande bagunça sem sentido. Daí sua esposa morre e ele resolve que precisa de algo pra ocupar a cabeça. Não é aquele orgulho do brasileiro que atravessou mares de espinhos sua vida toda, mas tinha uma consciência política tremenda, e cresceu tanto no movimento pelos direitos dos trabalhadores, enfrentou tanta propaganda contrária, que absolutamente mereceu o cargo que ocupa hoje. N-A-D-A disso.

O Lula do filme é um alienado sem ideologias, é o Lula como a direita prega que ele era: um cara que caiu de para-quedas no meio político, sem nenhuma formação anterior, que não merecia, nem queria, ocupar cargo publico algum, ligeiramente irresponsável.

COMO se descreve Lula sem falar da situação política em que ele cresceu? Então eu deveria acreditar que a ditadura tinha influência praticamente nula na história dele, que os piquetes de trabalhadores eram às vezes mais violentos que a própria ditadura (!!)? Então não aconteceu uma total mudança da imagem de Lula (inclusive em sua fase “sapo barbudo”, que eu nem identifiquei no filme)?

Eu, fã do presidente Lula, não gosto do Lula do filme.

E, exceto pela “troca de fotos” de que todo mundo já falou, em que o Lula criança se torna o Lula preso pelo DOPs, e uma cena sutil em que um guarda cantarola “Pra Frente Brasil” enquanto encara o homem humilde, a parte política do filme, que já é quase nula, se revela completamente enganosa e inútil.

Prum filme que só tem dois personagens (você nem se dá conta de que dona Lindu tem oito filhos, porque eles são simplesmente cenário. Lula é o inteligente, o esperto, o falador; e quando a mãe os coloca na escola, é por Lula que a professora vem até a casinha humilde deles. É Lula que dá o orgulho de se formar, é Lula que mora com ela até o fim… Outro deslize de Barreto, achar que outros personagens não contribuiriam pra formação do personagem Lula), até é entendível quem diz que o filme é sobre a mãe de Lula, e não sobre ele.

Mas o fato é que é sobre ele, sim: é uma tentativa de fazer a direita gostar dele, no momento mais inapropriado possível; é um filme comercial, que tenta fazer dinheiro com a imagem do homem mais popular do Brasil; e é um filme ruim.

Longe, muito longe de santificar o presidente ou fazer campanha pra ele (afinal que outro filme nacional é patrocinado exclusivamente por iniciativas privadas?), Lula tem algumas boas atuações (os Lulas criança, adolescente e adulto), uma atuação excelente (adivinha de quem?) e uma grande mentira como protagonista. Afinal, alguém acredita que Lula não era de esquerda?

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Contatos de 4º Grau

No começo do filme, a atriz Milla Jovovich aparece na frente da câmera, se apresenta e diz que representará a psicóloga Abigail Tyler nos relatos de eventos ocorridos em Nome, no Alasca em 2000. Ela avisa logo de primeira que as imagens que serão mostradas são muito perturbadoras e que caberia a cada um de nós decidir se acreditaremos ou não no que veriamos. Sinceramente, com um começo desses, não tinha como eu já não ficar interessado no filme!

A história no geral fala dos tais eventos passados no Alasca, quando habitantes da tal pequena cidade começam a ter os mesmos sonhos e sintomas: acordam sempre às três da manhã extremamente angustiados e toda noite vêm uma coruja que constantemente os observa da janela. Quando os habitantes vão se consultar com Abigail ela descobre, através de hipnose, que o que estava causando aquilo tudo na cidade era uma espécie de força extraterrestre. Parece um tema batido, com pouca coisa para ser usado como artifício para assustar uma platéia, mas com a ajuda dos vídeos gravados pela doutora Abigail, o filme se torna muito perturbador.

Quando a introdução acaba, somos apresentados à verdadeira Abigail Tyler. Seu estado é, sem melhores palavras, assustador: a pele pálida, os olhos esbugalhados como os de uma coruja (que ironia) e aparência de uma mulher doente e debilitada. Ela está sendo entrevistada pelo diretor do filme Olatunde Osunsanmi. A história se desenrola de acordo com os relatos dela. Imagens de Milla Jovovich e da real Abigail são misturadas durante todo o filme para mostrar os perturbadores eventos que a doutora testemunhou em Nome.

Está curioso para saber que eventos são esses? Só assistindo para saber!  A técnica caseira usada no recente Atividade Paranormal e no famoso A Bruxa de Blair se mostra ainda mais eficiente em Contatos do 4º Grau, simplesmente porque somos avisados que são imagens verdadeiras. Pensar que tudo aquilo realmente pode ter acontecido (e ainda pode estar acontecendo) é algo muito assustador para se pensar. Confesso que a temática de seres extraterrestres invadindo a Terra me assusta desde que era pequeno. Filmes como Guerra dos Mundos, Sinais e ET – Extra Terrestre marcaram minha vida, cada um com seu jeito. Mas o meu medo nunca deixou de existir. Quando assisti esse filme, a sensação de insegurança e paranóia voltou durante os 100 minutos de filme.

Não posso negar que fiquei um pouco desconfiado da verdadeira doutora Abigail mostrada nos vídeos. Tiveram alguns momentos que pensei estar vendo uma atuação de uma atriz mesmo. A história dela e da sua família não se encaixou muito bem nos mistérios envolvendo a cidade, o que me deixou mais desconfiado. Porém, o realismo que alguns dos vídeos nos passa (como o gravado pelo carro da polícia) é quase incontestável. Talvez eu precise assistir de novo e pesquisar mais, já que tudo que procuro no Google sobre a doutora, me leva a dados apenas sobre o filme. Pode ser que essa seja apenas mais uma campanha viral para promover o filme ou então seja mais um caso abafado que veio a tona agora.

A questão é que o filme diverte e instiga até o mais descrente. Se você gosta de mistérios, de histórias alienígenas e coisas do tipo, Contatos de 4º Grau é um filme que recomendo com fervor. Ele parece uma espécie de relato feito por um daqueles sites sobre lendas urbanas. Porém, ao contrário de algumas dessas lendas, o filme nos mostra fatos muito mais reais e realmente acreditáveis. Como diz Milla Jovovich no início da história, cabe a cada um de nós decidir se acredita ou não. Mas citando um dado que nos é mostrado no meio do filme, 11 milhões de pessoas já viram ou presenciaram algo relacionado à extraterrestres. Não acham que é gente demais sofrendo da mesma loucura?

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The Pursuit

Gravadora: DECCA
Gênero: Jazz
Lançamento: 09 Novembro de 2009
Produtor: Greg Wells

Jamie Cullum é cantor de jazz e excepcional pianista mas não é um nome muito conhecido ou muito presente na grande mídia. Entretanto vocês já devem ter ouvido as músicas “Mind Trick”, parte da trilha sonora da novela Belíssima da Rede Globo, e “Everlasting Love”, da comédia romântica Bridget Jones no Limite da Razão. Além disso, Cullum também é famoso pelos diversos covers já feitos por ele indo de Frank Sinatra a Pharrell passando por Radiohead e Elton John.

Após quase dois anos com a turnê de “Catching Tales” Jamie decidiu tirar um ano de “férias” onde ele trabalhou com outros artistas, foi DJ juntamente com seu irmão e construiu seu próprio estúdio o Terrified Studios’s em Londres. Em 2009 ele fechou o ano trazendo seu quinto álbum, The Pursuit, tendo o titulo inspirado num romance de Nancy Mitford chamado “The Pursuit of Love” (A procura do Amor). The Pursuit começou a ser criado no Terrified Studio’s mas foi no verão de 2008 quando Cullum foi para Los Angeles trabalhar com o produtor Greg Wells que o álbum começou a ganhar vida. A grande maioria das músicas são parcerias entre Jamie e Greg além de diversos outros músicos incluindo alguns que trabalharam com o hit “Thriller” de Michael Jackson.

The Pursuit começa muito bem com a primeira faixa sendo uma recriação das músicas Love For Sale e Just One Of Those Things de Cole Porter em seguida vêm o single de lançamento “I’m All Over It”. Ouvindo o CD você vai esbarrando em diversos covers como o de “Don’t Stop The Music” da Rihanna, Leslie Bricusse em “If I Ruled The World” e Stephen Sondheim Not While I’m Around(trilha sonora do filme Sweeney Todd). Além disso as doze faixas se completam com sete músicas de sua autoria.

O mais interessante de Jamie Cullum é como ele consegue transformar músicas, a exemplo de Don’t Stop The Music que ele apresenta com uma cara de jazz não aquele clássico, mas ainda assim jazz. Por outro lado ele ao mesmo tempo consegue o inverso trazendo uma roupagem mais pop ao seu álbum. Além disso, no mesmo álbum ele junta influencias modernas e clássicas sem contrastar.

E não para por ai, em 2008 Jamie Cullum trabalhou com Clint Eastwood na criação da canção homônima do drama Gran Torino dirigido e estrelado por Eastwood, onde ambos foram indicados ao Globo de Ouro de Melhor Canção Original. Em outra parceria entre os dois Jamie criou a música tema do filme Grace Is Gone. Ambas as músicas são faixas bônus da edição de luxo de The Pursuit que acompanha um DVD com duas horas de extras e uma edição especial do encarte com a letra das músicas.

Pra quem assim como eu ta meio cansado desse pop chiclete (não desgruda da mente) The Pursuit é uma ótima pedida. Instrumental de primeira, letras bonitas e vocal impecável. Porém não se esqueça que o álbum é considerado jazz não vá ouvir esperando canções totalmente pop, mas acima de tudo o importante é ouvir a música sem preconceitos.

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Cinema Drinks Fumegantes Três Vassouras

Avatar

País de produção: EUA
Ano: 2009
Duração: 162 min
Gênero: Ação / Ficção científica
Direção: James Cameron
Roteiro: James Cameron
Elenco: Sam Worthington, Zoe Saldana, Stephen Lang, Sigourney Weaver, Michelle Rodriguez, Giovanni Ribisi

Em 1997, James Cameron surpreendeu o mundo com o polêmico e, na minha opinião, estonteante Titanic. O filme, que ultrapassou o orçamento previsto na época gerou tanta expectativa que, ao ser lançado nos cinemas, se tornou a maior bilheteria da história, cargo que assume até hoje. Porém, doze anos após Titanic, James Cameron nos oferece algo muito mais inovador e incrível do que um navio afundando. Em Avatar, ele nos leva a um planeta chamado Pandora, totalmente criado pela sua imaginação. Em pleno século XXII, quando os humanos – em sua já conhecida procura por poder e ganância –  invadem o planeta alienígena em busca de um valioso mineral, a existência do povo nativo do lugar, os Na’Vi é ameaçada. No meio dessa guerra, chega ao planeta o jovem Jake, fuzileiro naval que recebe a missão de controlar um Avatar, corpo Na’Vi feito para ele, se socializar com o povo e negociar a mudança deles do local onde vivem. Porém, caberá a Jake decidir qual lado é o certo: o dos humanos com sua sede de poder, ou o dos Na’vi, defendendo o seu planeta. Pode parecer um tema já batido (quem não se lembra de Pocahontas, mudando a forma de pensar de John Smith?),  mas Avatar vai muito além do que isso.

O filme, que demorou quase uma década para ser produzido, chega para revolucionar a história do cinema. James Cameron criou toda uma nova teconologia ao fazê-lo, incluindo câmeras montadas do zero. A captura dos movimentos dos atores para dar vida aos seus respectivos Na’Vi foi o primeiro passo para uma enorme pesquisa em busca de novidades para a criação de seres perfeitos, digitalmente falando. E James Cameron, através do maior orçamento da história do cinema (500 milhões de dólares), consegue isso com maestria. O povo nativo de Pandora parece extremamente real – até a lágrima da personagem de Zoë Saldana é como se fosse a de um humano – e, depois que a trama se desenvolve mais, nos envolvemos com seus dramas e com seu mundo, ao ponto de nos abalarmos com cada Na’Vi, ou árvore de Pandora que morre.