O site oficial da Universidade Babylor publicou um artigo interessante, centrado em uma única premissa: “Como se não bastasse os ganhos por assinaturas e publicidades decaindo, agora a imprensa escrita deve lutar contra um jovem bruxo de óculos redondos”. Tudo isso, resulta de um estudo realizado por um grupo de pesquisadores da universidade, que constatou que o papel da mídia na série Harry Potter tem impacto negativo significativo sobre as crianças e em sua integridade como carreira. Os pesquisadores descobriram um constante jornalismo negativo em toda a saga, o que leva à preocupação sobre as crianças verem esse trabalho como um trabalho corrupto, enganoso e pouco atrativo como opção de carreira.
O livro apresenta um ponto de vista pessimista e desnecessário do período atual. O governo controla os meios de comunicação social, de forma que O Profeta Diário não consultava fontes oficiais e contém informações para desviar a atenção do povo dos ataques que aconteciam. Além disso, tem Rita Skeeter, uma jornalista corrupta que escreve sem se preocupar com a verdade e objetividade, que muitas vezes escreve com uma pena de repetição rápida, que grava automaticamente, o que se falou com o entrevistado. No entanto, a caneta não escreve exatamente o que foi dito, e sim, cria histórias sensacionais e imprecisas que só têm algumas semelhanças com os fatos verdadeiros.
Embora os livros de Harry Potter sejam valorizados por suas habilidades de entreter e cativar os leitores, as crianças podem estar lendo sobre coisas que não experimentaram. Grande parte da exposição da carreira social pode promover a literatura para crianças e adolescentes. As implicações da representação negativa, neste caso, é ampla, tendo em conta a popularidade da série.
Não estou aqui para defender J.K. Rowling (que faz aniversário hoje). Mas ela apenas mostrou o outro lado da moeda. Existem (e muitos!) jornalistas corruptos e sensacionalistas. O artigo deveria preocupar-se mais em assumir que existe esse tipo de jornalismo e defender ainda mais a tese de que nem todos são corruptos e sensacionalistas (o que é verdade!), do que tentar esconder o lado obscuro da profissão.
7 respostas em “Harry Potter: Futura Ameaça para a credibilidade do jornalismo?”
leio harry desde 2001, to fazendo cursinho e nunca pensei em desistir de jornalismo por causa de HP. Rita Skeeter é uma inspiração, HAHAHA.
J.K. não estava retratando nada fora do normal quando mostrou uma imprensa corrupta e comprometida com o governo. Aliás, uma marca da grande imprensa é trocar favores com os que estão no controle do estado. Vejam a uniformidade com que os periódicos e telejornais dos mais variados canais apresentam as notícias (muitas vezes, mudam só os apresentadores, mas o conteúdo é o mesmo). A grande imprensa veste a capa da neutralidade, mas age na defesa dos mais favorecidos. Ainda bem que J.K. abre os olhos dos jovens para isso…
Faço jornalismo e também nunca pensei em mudar de opção por conta disso [o exemplo da série], pelo contrário, Harry Potter reforçou a minha decisão. O papel da mídia na série tem muito mais haver com a política totalitária e o que ela promove, do que um exemplo ruim da profissão.
Exatamente. A imprenssa tenta ocultar aquilo que a macha. Mas é impossível.
Na inglaterra existe um jornal conhecido no mundo, chamado "The Sun". É unanimamente sensacionalista… e todos sabem. Em todo canto tem… alé de escritos, tem os televisivos, como o nosso famoso programa Cidade Alerta… que vivem pra noticiar desgraças e aumentar a realidade… fazendo assim ela ficar distorcida.
Eu vejo mais como uma forma divertida do jornalismo, um jeito de complicar mais ainda a vida do Harry. Eu leio HP desde os onze anos, e hoje faço Jornalismo. Então não tem nada a ver.
"Eu vejo mais como uma forma divertida do jornalismo, um jeito de complicar mais ainda a vida do Harry."
Também vejo mais por esse lado e acho que não tem nada a ver isso influenciar na escolha da profissão, até porque pode existir corrupção em qualquer lugar. O que é mostrado no livro também acontece na realidade e ninguém tem que fingir é tudo correto e direitinho.