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O Mágico de Oz – 70 Anos de Magia

Título Original: The Wizard of Oz
País/Ano: USA, 1939
Duração: 101min
Gênero: Clássico, Infantil.
Roteiro: Noel Langley e Florence Ryerson.  L.Frank Baum (livro em que o filme foi baseado)
Direção: Victor Fleming
Elenco: Judy Garland, Ray Bolger, Jack Haley, Bert Lahr, Frank Morgan, Margaret Hamilton, Mary Burke.

No ano de 1900, L. Frank Baum publicava o primeiro de uma série de catorze livros: The Wonderful Wizard of Oz, que contava com uma tiragem inicial de apenas 2.000 exemplares, número de vendas esperado para o primeiro ano disponível nas lojas. Entretanto, o livro fez um sucesso incrível. Aclamado pela crítica, já passava dos 25.000 exemplares vendidos em dois meses. E não era um número nada pequeno naquela época.

Desde o lançamento do livro, O Mágico de Oz já foi adaptado para as telonas mais de 30 vezes, sem contar nas adaptações para o teatro. Em 1902, Baum, que também era ator, já havia criado uma peça teatral baseada no livro. Quatro anos depois o primeiro filme The Fairylogue and Radio-Plays estreava. Pode-se perceber, com isso, que O Mágico de Oz fez um sucesso estrondoso na época. O autor, Frank Baum, morreu em 1919 sem dar um desfecho para a história, o que ocasionou várias outras continuações escritas por outros autores ao longo da história. Em 1939, trinta e sete anos depois da primeira adaptação cinematográfica e vinte depois da morte do autor, o mais conhecido filme sobre a história de Dorothy chegava aos cinemas: The Wizard of Oz, vencedor de dois prêmios da Academia – melhor canção original e melhor trilha sonora.

The Wizard of Oz conta a história de Dorothy Gale (interpretada por Judy Garland), uma garota que vive no Kansas e acaba sendo levada para a Terra de Oz acidentalmente por um ciclone. Sua casa cai em cima da Bruxa Má do Leste, e logo ela ganha a antipatia da irmã da bruxa morta, a Bruxa Má do Oeste. Dorothy sai em busca do Mágico de Oz, na Cidade de Esmeraldas, o único que segundo Glinda (Billie Burke) pode ajudá-la. Pode parecer um enredo infantil, e para este público foi direcionado o livro.  Mas se analisado simbolicamente, a história conta com uma crítica a sociedade da época (assim como fez Jonathan Swift com o seu brilhante As Viagens de Gulliver) e ao Partido Republicano dos Estados Unidos. É claro que o autor nunca disse nada sobre o assunto, e as especulações somente começaram a surgir depois da sua morte, então nada foi provado.

No mesmo ano em que dirigiu The Wizard of Oz , Victor Fleming dirigiu o extremamente longo Gone With the Wind e ganhou dez prêmios do Oscar com ele. Dois filmes históricos, cinematograficamente falando, no mesmo ano, e treze prêmios da Academia, somando os que os dois longas ganharam. Victor Fleming passava longe de ser um diretor principiante.  Fleming tinha uma habilidade e um senso para direção incrível. Também dirigiu incrivelmente Captains Corageous e Around The World in 80 days. Na obra em questão, o diretor deu atenção à detalhes que fizeram toda a diferença. Os sapatos de Dorothy, por exemplo. Eram prateados, de acordo com Baum. Fleming tornou-os vermelhos para acentuar a percepção do uso de Technicolor e a magia do filme, o que funcionou perfeitamente bem. O uso dos efeitos especiais também estava muito bom, para um filme de setenta anos atrás. A cena em que o ciclone surge no Kansas é digna de congratulações. É claro que não é nada muito realista, como o fundo dos cenários – o filme foi todo gravado em estúdios, portanto eles são pintados. Ou aquele “campo de força” dos sapatos de rubi, que surge quando a Bruxa tenta tocá-los. Entretanto ainda é melhor do que os efeitos de muitos filmes produzidos ultimamente (claro, eu me refiro à produções que vão apenas para a televisão, por exemplo. Ou alguns filmes nacionais).

É realmente complicado criticar um clássico de cinema. Quero dizer, há realmente o que criticar? Eles são maravilhosos, por isso são clássicos. Quantos milhares de filmes já foram gravados e apenas alguns ficam na história – ficam na memória da humanidade por décadas. Ao lado de muitos outros, O Mágico de Oz com certeza é um deles.  Em forma de homenagem e comemoração ao seu septuagésimo aniversário, a Warner Home Video disponibilizou para a compra uma Edição Comemorativa contendo materiais inéditos e vários extras distribuídos em quatro DVDs ,ou no caso dos Blu-Rays, dois (também fora disponibilizado a Edição de E o Vento Levou, que, como citado aqui, foi gravado pelo mesmo diretor no mesmo ano).

A Edição Comemorativa vem em embalagem DigiBook e acompanha um livro com 52 páginas de informações extras sobre os atores, produção do filme ou apenas fotos. A qualidade do produto é realmente ótima – se você é colecionador ainda não tem a sua cópia, vá direto até a loja mais próxima. A Edição Comemorativa é limitada, e já foi lançada há alguns meses. Aposto que você não vai querer perdê-la. A seguir uma lista com todas as mais de 16 horas de extras do produto:

O Maravilhoso Livro, o Mágico de Oz. – espécie de documentário falando sobre como L.F.Baum escreveu  livro.
Mais Lindo do Que Nunca: A Restauração de Oz –  sobre como o filme foi restaurado, usando técnicas modernas.
Acho que ainda não fomos apresentados… – sobre cada ator do filme em si, falando sobre seus filmes e carreira.
Escolha um Música – bom, o título fala por si só, você pode escolher alguma música do filme e ouví-la.
O Maravilhoso Mágico de Oz: Making Of de um clássico de cinema – sobre a produção do filme
O Homem por trás da Cortina: L.Frank Baum – documentário sobre a vida do autor.
Hollywood celebra suas Pequenas Grandes Estrelas – entrevistas com os atores ainda vivos que interpretaram os Munchkins no filme, que ganharam estrelas na Calçada da Fama na época.

Cenas Excluídas e Eliminadas, Os Vídeos Caseiros de Harold Arlen, A Arte da Imaginação, It’s a Twister, It’s a Twister! Testes para o Furacão, Victor Fleming, o Mestre da Criação também estão entre os extras. Há, além deles, filmes mudos lançados antes de The Wizard of Oz, como O Maravilhoso Mágico de Oz de 1910, Sua Majestade, o Espantalho(1914), A Garota dos Retalhos de Oz (1914) e filmes modernos como The Dreamer of Oz (1990), que em uma produção encantadora conta a vida de L.Frank Baum e como escreveu sua mais bem-sucedida obra.