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O Mágico de Oz – 70 Anos de Magia

Título Original: The Wizard of Oz
País/Ano: USA, 1939
Duração: 101min
Gênero: Clássico, Infantil.
Roteiro: Noel Langley e Florence Ryerson.  L.Frank Baum (livro em que o filme foi baseado)
Direção: Victor Fleming
Elenco: Judy Garland, Ray Bolger, Jack Haley, Bert Lahr, Frank Morgan, Margaret Hamilton, Mary Burke.

No ano de 1900, L. Frank Baum publicava o primeiro de uma série de catorze livros: The Wonderful Wizard of Oz, que contava com uma tiragem inicial de apenas 2.000 exemplares, número de vendas esperado para o primeiro ano disponível nas lojas. Entretanto, o livro fez um sucesso incrível. Aclamado pela crítica, já passava dos 25.000 exemplares vendidos em dois meses. E não era um número nada pequeno naquela época.

Desde o lançamento do livro, O Mágico de Oz já foi adaptado para as telonas mais de 30 vezes, sem contar nas adaptações para o teatro. Em 1902, Baum, que também era ator, já havia criado uma peça teatral baseada no livro. Quatro anos depois o primeiro filme The Fairylogue and Radio-Plays estreava. Pode-se perceber, com isso, que O Mágico de Oz fez um sucesso estrondoso na época. O autor, Frank Baum, morreu em 1919 sem dar um desfecho para a história, o que ocasionou várias outras continuações escritas por outros autores ao longo da história. Em 1939, trinta e sete anos depois da primeira adaptação cinematográfica e vinte depois da morte do autor, o mais conhecido filme sobre a história de Dorothy chegava aos cinemas: The Wizard of Oz, vencedor de dois prêmios da Academia – melhor canção original e melhor trilha sonora.

The Wizard of Oz conta a história de Dorothy Gale (interpretada por Judy Garland), uma garota que vive no Kansas e acaba sendo levada para a Terra de Oz acidentalmente por um ciclone. Sua casa cai em cima da Bruxa Má do Leste, e logo ela ganha a antipatia da irmã da bruxa morta, a Bruxa Má do Oeste. Dorothy sai em busca do Mágico de Oz, na Cidade de Esmeraldas, o único que segundo Glinda (Billie Burke) pode ajudá-la. Pode parecer um enredo infantil, e para este público foi direcionado o livro.  Mas se analisado simbolicamente, a história conta com uma crítica a sociedade da época (assim como fez Jonathan Swift com o seu brilhante As Viagens de Gulliver) e ao Partido Republicano dos Estados Unidos. É claro que o autor nunca disse nada sobre o assunto, e as especulações somente começaram a surgir depois da sua morte, então nada foi provado.

No mesmo ano em que dirigiu The Wizard of Oz , Victor Fleming dirigiu o extremamente longo Gone With the Wind e ganhou dez prêmios do Oscar com ele. Dois filmes históricos, cinematograficamente falando, no mesmo ano, e treze prêmios da Academia, somando os que os dois longas ganharam. Victor Fleming passava longe de ser um diretor principiante.  Fleming tinha uma habilidade e um senso para direção incrível. Também dirigiu incrivelmente Captains Corageous e Around The World in 80 days. Na obra em questão, o diretor deu atenção à detalhes que fizeram toda a diferença. Os sapatos de Dorothy, por exemplo. Eram prateados, de acordo com Baum. Fleming tornou-os vermelhos para acentuar a percepção do uso de Technicolor e a magia do filme, o que funcionou perfeitamente bem. O uso dos efeitos especiais também estava muito bom, para um filme de setenta anos atrás. A cena em que o ciclone surge no Kansas é digna de congratulações. É claro que não é nada muito realista, como o fundo dos cenários – o filme foi todo gravado em estúdios, portanto eles são pintados. Ou aquele “campo de força” dos sapatos de rubi, que surge quando a Bruxa tenta tocá-los. Entretanto ainda é melhor do que os efeitos de muitos filmes produzidos ultimamente (claro, eu me refiro à produções que vão apenas para a televisão, por exemplo. Ou alguns filmes nacionais).

É realmente complicado criticar um clássico de cinema. Quero dizer, há realmente o que criticar? Eles são maravilhosos, por isso são clássicos. Quantos milhares de filmes já foram gravados e apenas alguns ficam na história – ficam na memória da humanidade por décadas. Ao lado de muitos outros, O Mágico de Oz com certeza é um deles.  Em forma de homenagem e comemoração ao seu septuagésimo aniversário, a Warner Home Video disponibilizou para a compra uma Edição Comemorativa contendo materiais inéditos e vários extras distribuídos em quatro DVDs ,ou no caso dos Blu-Rays, dois (também fora disponibilizado a Edição de E o Vento Levou, que, como citado aqui, foi gravado pelo mesmo diretor no mesmo ano).

A Edição Comemorativa vem em embalagem DigiBook e acompanha um livro com 52 páginas de informações extras sobre os atores, produção do filme ou apenas fotos. A qualidade do produto é realmente ótima – se você é colecionador ainda não tem a sua cópia, vá direto até a loja mais próxima. A Edição Comemorativa é limitada, e já foi lançada há alguns meses. Aposto que você não vai querer perdê-la. A seguir uma lista com todas as mais de 16 horas de extras do produto:

O Maravilhoso Livro, o Mágico de Oz. – espécie de documentário falando sobre como L.F.Baum escreveu  livro.
Mais Lindo do Que Nunca: A Restauração de Oz –  sobre como o filme foi restaurado, usando técnicas modernas.
Acho que ainda não fomos apresentados… – sobre cada ator do filme em si, falando sobre seus filmes e carreira.
Escolha um Música – bom, o título fala por si só, você pode escolher alguma música do filme e ouví-la.
O Maravilhoso Mágico de Oz: Making Of de um clássico de cinema – sobre a produção do filme
O Homem por trás da Cortina: L.Frank Baum – documentário sobre a vida do autor.
Hollywood celebra suas Pequenas Grandes Estrelas – entrevistas com os atores ainda vivos que interpretaram os Munchkins no filme, que ganharam estrelas na Calçada da Fama na época.

Cenas Excluídas e Eliminadas, Os Vídeos Caseiros de Harold Arlen, A Arte da Imaginação, It’s a Twister, It’s a Twister! Testes para o Furacão, Victor Fleming, o Mestre da Criação também estão entre os extras. Há, além deles, filmes mudos lançados antes de The Wizard of Oz, como O Maravilhoso Mágico de Oz de 1910, Sua Majestade, o Espantalho(1914), A Garota dos Retalhos de Oz (1914) e filmes modernos como The Dreamer of Oz (1990), que em uma produção encantadora conta a vida de L.Frank Baum e como escreveu sua mais bem-sucedida obra.

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Amor e Outras Drogas

Título Original: Love And Other Drugs
Direção: Edward Zwick
Roteiro: Charles Randalph, Edward Zwick, Marshall Herskovitz, Jamie Reidy
Elenco: Jake Gylenhaal, Anne Hathaway, Oliver Platt, Josh Gad, Hank Azaria, Judy Greer
País de Origem: Estados Unidos
Duração: 112 minutos

Todo tipo de sinopse desse filme vai te dizer que ele acompanha a história de Jamie Randall, um homem carismático, persuasivo e mulherengo, em sua incursão pelo mundo das vendas farmacêuticas, trabalhando como representante da gigante do ramo Pfizer. Sua função é conseguir com que os médicos locais prescrevam Zoloft ao invés de Prozac, e, mesmo trazendo mimos para as recepcionistas e retirando as amostras do concorrente de todas as prateleiras que consegue alcançar, parece impossível que ele cumpra sua cota mensal e consiga entrar nas “big leagues”, em Chicago. Isso até que a Pfizer crie uma nova droga, revolucionária: o Viagra.

Quem quer que tenha visto o filme vai te dizer que ele acompanha a história de Maggie Murdoch, 26 anos e já no primeiro estágio da Síndrome de Parkinson, uma garota que teve seus ideais moldados às limitações de sua condição e que se impossibilita de viver algo além do exato instante que está vivendo. Ela encontra Jamie no consultório de um dos médicos que ele tenta conquistar e inevitavelmente atrai o rapaz; inicialmente para uma relação puramente sexual e ao longo do filme, para algo muito maior que isso.

Não é que a atuação de Jake Gyllenhall seja insatisfatória, mas seu personagem é relativamente raso até que o elemento Maggie Murdoch entre em cena. Há uma cena específica que o define com exatidão: quando ele está na cama com a instrutora do programa de treinamento dos representantes, pensativo, e ela pergunta em que ele está pensando. “Dinheiro”, ele responde. Ele vem de uma família de médicos, seu irmão já é milionário por ser responsável pela criação de um software para clínicas e hospitais e tudo o que ele fez na vida foi desistir da faculdade de medicina. A partir daí, vai de emprego em emprego – particularmente aqueles que exigem poder de persuasão e simpatia, como corretor de imóveis ou vendedor de… qualquer coisa – e vive sua vida para ganhar dinheiro e ter mais mulheres diferentes em sua cama.

E então entra Anne Hathaway, numa atuação incrivelmente sensível, maravilhosa em absolutamente todas as cenas, roubando absolutamente todas as cenas, protagonizando o filme muito mais que o Gyllenhall poderia sonhar em fazer. Faz muito sentido que o Amor venha primeiro no título; o plano de fundo da indústria farmacêutica e o surgimento do Viagra surgem no filme apenas como elementos que conduziram o personagem ao momento em que ele conheceria Maggie e teria sua vida completamente modificada. Os momentos mais inspirados de Jake como Jamie são exatamente aqueles em que ele se dá conta de como a vida de Maggie é uma constante luta, e quando ele decide que quer fazer parte dessa luta.

Oliver Platt (O Homem Bicentenário, 2012) traz uma personalidade interessante para o chefe de Randall, Bruce, e sua dedicação sem limites à companhia que nunca lhe dá valor é o mais perto que o filme chega de realmente discutir a problemática das grandes empresas farmacêuticas (já que a apresentação da Pfizer é arrebatação e fogos de artifício); e Josh Gad (Quebrando a Banca) dá vida ao peculiar irmão mais novo de Jamie com uma característica vulgaridade que acaba gerando simpatia.

Baseado no livro Hard Sell: The Evolution of a Viagra Salesman, o roteiro é simples, se desenrola com fluidez e encontra atores de qualidade em praticamente todas as pontas para torná-lo um bom roteiro (mesmo que Hathaway praticamente domine a projeção), apesar de permitir apenas uma vaga percepção da passagem de tempo no enredo. O filme tem planos cuidadosos e uma fotografia agradável, principalmente em retratos mais frágeis da personagem de Anne, e conta com uma trilha sonora deliciosa, que se encaixa muito confortavelmente em todas as cenas.

Em suma, é um bom filme, que poderia ser absolutamente superficial, mas mostra um toque muito humano em quase todos os momentos, que produz bons sentimentos e traz boas lições – muito como seus protagonistas.

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Onióculos: Harry Potter @ BAFTAs 2011

No último domingo (13), a série Harry Potter foi homenageada pela British Academy of Film and Television Arts, ou apenas BAFTA, por sua contribuição à indústria do cinema britânico. Estiveram presentes na premiação, para receber a estatueta, a autora J.K. Rowling, os atores Rupert Grint e Emma Watson, além dos produtores David Heyman e David Barron. Todos os diretores da série, com exceção de Chris Columbus, também estiveram presentes. E nós não poderíamos deixar passar essa ocasião sem uma edição que fosse do nosso Onióculos.

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Julie & Julia – de comédia não tem nada.

Título Original: Julie & Julia
País/Ano: USA, 2009
Duração: 123min
Gênero: Comédia
Roteiro/Direção: Nora Ephron (adaptação e direção), Julie Powell (Julie & Julia), Julia Child e Alex Prud’Homme (My Life in France)
Elenco:
Meryl Streep, Amy Adams, Stanley Tucci, Chris Messina, Linda Emond, Jane Lynch.

Comédias nunca me agradaram. Talvez porque das existentes, ou elas trazem um humor baixo que se torna irritante ou um humor coerente que dificilmente é o suficiente para nos fazer rir. Ou talvez seja algum problema comigo, já me peguei várias vezes em silêncio com todo o resto da sala de cinema rindo. Mas, de qualquer jeito, a comédia de Julie & Julia chega longe de ser engraçada.

Realmente, eu me pergunto o porque do filme ter sido classificado no gênero comédia. As únicas risadas que conseguiram me arrancar foram quando Julie tenta rechear um frango e ele se espatifa no chão, e algumas outras que nem por roteiro foram, mas sim pelas expressões de Meryl Streep no papel de Julia.

Na verdade, é Julia que se torna realmente interessante durante o filme. A história gira em torno de duas personagens, Julie Powell e Julia Child. Child, que inicia um curso culinário renomado e um livro de receitas e Powell, cinqüenta anos depois, que estabelece uma meta para si mesma: fazer todas as receitas contidas no livro da Julia, Mastering The Art of French Cooking, em um ano. Enquanto Julie se mostra uma personagem insossa, que só não chega a um extremo porque te entretém com receitas e dificuldades para fazê-las e alguns contratempos ou novidades de sua vida, é Julia que rouba a cena. Agraciada com uma maravilhosa atuação de Meryl Streep, é claro, a história da personagem é muito mais interessante do que a da outra. Os problemas com a criação do livro, conflitos entre as três escritoras, o progresso no curso e até mesmo a atriz contribuem para que Julia Child seja melhor que Julie Powell.

Não que o problema seja Amy Adams, que interpreta Julie. Pelo contrário, Adams vem se mostrando uma grande atriz e desde o início de sua carreira cinematográfica, em 1999, já recebeu duas indicações ao Oscar. Apenas teve o infortúnio de ficar com uma personagem não muito satisfatória. Além dessas duas grandes atrizes, o filme conta com a presença de Stanley Tucci (Um Olhar do Paraíso, O Diabo Veste Prada) no papel do marido de Child, Paul, e da não tão famosa, mas ótima Jane Lynch (Outro Conto da Nova Cinderela), como a irmã de Julia, Dorothy.

Mas o filme não é ruim em todos os pontos. Na trilha sonora, por exemplo, consegue ir espetacularmente bem. Contando com músicas como A Bushel and a Peck (Doris Day), Le Festin (Camille – também presente em Ratatouille) e Time Aftes Time (Margaret Whiting) encerrando, consegue conquistar só pelas músicas, que se adaptam tão bem ao filme quando Meryl Streep. O restante da trilha sonora foi composta por Alexandre Desplat, que também foi contratado para fazer a da Relíquias da Morte – Parte 1. Se ele repetir a dose em Harry Potter, não teremos motivo para decepção.

Além da trilha sonora, o filme também agradou em outros quesitos. A diretora, que não é muito experiente, também escreveu o roteiro, e conseguiu ir tão bem quanto fora em A Feiticeira em 2005. Adaptou dois livros diferentes – Julie & Julia e My Life in France – perfeitamente em uma obra só, e mesmo sem ter lido ambos posso dizer que Ephron fez um ótimo trabalho, tendo o filme ficado diferente dos livros ou não.

Lembrando de uma coisa: se você estiver pagando alguma promessa de ficar meses sem doces, estiver no meio de uma dieta rigorosa ou com uma fome enorme e sem nada na geladeira, não veja o filme. A quantidade de comida entre as cenas é tão grande que te dará água na boca e uma vontade insaciável de comer boeuf bourguignon. Julie & Julie é baseado em duas histórias reais, uma da mulher que ensinou a América a cozinhar e a outra de uma mulher frustrada na vida que tenta seguir seus passos. Se quiser dar uma olhada no blog original escrito por Julie Powell em 2004, confira aqui, em inglês. Só mais uma coisa a dizer: Bon Appetit!

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Poção do Amor No. 9

Título Original: Love Potion N°9
País/Ano:
EUA, 1992
Duração:
95 minutos
Gênero:
Comédia, Romance
Direção & Roteiro:
Dale Launer
Elenco:
Tate Donovan, Sandra Bullock, Mary Mara, Dale Midkiff, Anne Bancroft.

Filmes de comédia romântica costumam ter enredos extremamente parecidos e repetitivos – o casal protagonista se conhece, se apaixona, tem uma briga feia, se separa, e então, com a história quase acabando, um deles vem correndo até o outro, uma música emocionante toca, a câmera pára com os dois abraçados e pronto, felizes para sempre. Em Poção do Amor n°9 nos é apresentado algo totalmente diferente disso.

Para começar, o roteiro é inspirado na famosa canção do grupo da década de sessenta, The Clovers, Love Potion Number Nine. A música já ganhou mais de vinte regravações desde sua primeira performance, sendo a mais recente do grupo  Giuliano Palma & The Bluebeaters. Além do filme, a canção tem várias referências, como no jogo The Sims, onde há uma “Poção do Amor 8,5” e em Shrek 2, no qual a poção da Fada Madrinha recebida pelo rei de Tão Tão Distante tem um IX gravado na garrafa.

O filme tem um início exatamente como o da música. Paul Matthews (interpretado por Tate Donovan) é um bioquímico que não sai com uma garota há anos. Ele, junto de alguns amigos, acabam visitando uma cigana vidente, Madame Ruth. Madame Ruth, que recebeu uma maravilhosa atuação de Anne Bancroft, lê a palma da mão de Paul e, é claro, percebe a falta de garotas em sua vida. Quando sugere que Paul compre um pouco de Poção do Amor, ele diz não acreditar em coisas do tipo. A cigana, então, lhe dá algumas gotas da poção em um papel, para que teste-as. Quando Paul descobre os poderes da poção, Diane Farrow, uma amiga e colega de trabalho de Paul, pesquisa junto dele as propriedades do líquido. A partir daí já se pode para ter uma idéia do restante do filme.

Além da presença de Bancroft, mais duas atuações femininas impressionaram. Mary Mara, que interpreta Marisa, uma prostituta que rouba um frasco do da poção do banheiro de Paul, se torna o centro das atenções no quesito comédia. A cena em que ela é perseguida por centenas de homens por ter tomado muita poção arranca bons risos. Ainda mais quando a personagem descobre que pode usar os homens sob o efeito da poção como marionetes e mandá-los fazer o que quiser. Não menos importante é Sandra Bullock, ainda no início de sua carreira cinematográfica, que praticamente troca de personagem, de uma Diane atrapalhada à uma Diane elegante e requintada. Quem diria que a jovem atriz daquele filme ganharia um Oscar, futuramente. Eu, que não posso me declarar um fã de Bullock, e nunca gostara muito de seus filmes, passei a ter uma opinião totalmente diferente e melhor sobre ela depois deste filme.

Poção do Amor n°9 peca em termos de trilha sonora, em grande parte tem canções fracas e pouco marcantes, mas a presença de canções como a própria Love Potion n9, I Need a Man (Eurithmycs), Y.M.C.A (The Village People) são inesquecíveis. Músicas de fundo são extremamente importantes em um filme para aumentar as sensações sugeridas pelas cenas, e a falta de composições dedicadas exclusivamente ao filme comprometeu um pouco.

De acordo com o Box Office Mojo, o filme, que estreou em 1992 tem uma bilheteria de vergonhosos 750 mil dólares. É claro que o filme, estranhamente, ficou em cartaz por apenas uma semana em quase trezentos cinemas. Se os dados do site forem verdadeiros, não entendo porque a Fox, distribuidora do filme, não criou uma campanha que cobrisse mais países e o manteve mais tempo em cartaz. Talvez não chegasse a ser um sucesso de bilheteria muito grande, mas com certeza conseguiria muito mais que setecentos mil dólares.

Sandra Bullock,  The Clovers, Anne Bancroft, comédia romântica. Não poderia haver uma combinação melhor. Poção do Amor n°9 é, na minha opinião, o melhor filme de comédia romântica, talvez atrás apenas de E Se Fosse Verdade… (com Reese Witherspoon, recomendo para quem gosta do tipo de filme). E, para encerrar, eu não resistiria, é claro:

I didn’t know if it was day or night
I started kissin’ everything in sight
But when I kissed a cop down on Thirty-Fourth and Vine
He broke my little bottle of Love Potion Number Nine

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Kick-Ass: Quebrando Tudo

Título original: Kick-Ass
País e ano de produção: EUA e Inglaterra, 2010
Duração: 117 min
Gênero: Ação / Super-Herói
Direção: Matthew Vaughn
Roteiro: Jane Goldman, Matthew Vaughn, Mark Millar (HQ), John Romita Jr. (HQ)
Elenco: Aaron Johnson, Christopher Mintz-Plasse, Chloe Moretz, Mark Strong, Nicolas Cage

Não leio muitos quadrinhos, mas li os de Kick-Ass por causa da divulgação do filme (mas antes dele ser lançado). Quando iniciei a leitura, só faltava ser publicada a oitava (e última) edição. A espera foi torturante, pois tinha adorado as outras edições. Confesso que tinha receio de que o filme não fosse tão bom, mas ele chegou a ser melhor que a HQ!

A história de Kick-Ass: Quebrando Tudo é centrada no adolescente Dave Lizewski (Aaron Johnson), um fã de quadrinhos, que decide se transformar em um super-herói real, mas em nada de “super”, o tal Kick-Ass do título. Logo ele esbarra com um misterioso vigilante chamado Big Daddy (Nicolas Cage) e sua filha Hit Girl (Chloe Moretz), que estão trabalhando juntos para se vingar de Frank D’Amico (Mark Strong), um barão das drogas.

Com o desenrolar da trama, Dave conhece outro super-herói, Red Mist (Christopher Mintz-Plasse). Mas ele é na verdade o filho de D’Amico, Chris, que tenta armar uma emboscada sobre os outros heróis para que seu pai possa acabar com eles, que estão arruinando seu negócio.

O elenco do filme está perfeito. Aaron Johnson consegue segurar o filme como o protagonista, rendendo ótimas cenas, e com um ótimo sotaque americano (ele é inglês). Mas os maiores destaques são Christopher Mintz-Plasse como Chris D’Amico/Red Mist e Chloe Moretz como Mindy Macready/Hit-Girl, que estão praticamente geniais em seus papeis. Nicolas Cage (com sua referência genial a Adam West) e Mark Strong (com seu terceiro vilão do ano!) também estão ótimos em seus papeis, como era de se esperar.

O diretor Matthew Vaughn, que já foi convidado para dirigir X-Men: O Confronto Final mas largou o projeto, mostra que sabe dirigir um filme de super-heróis, usando vários elementos de outros filmes dos heróis (leia mais depois), e colocando sempre a ação e o humor na medida e no momento exato. (Talvez por isso, foi recentemente chamado para dirigir o novo X-Men: First Class.)

O filme consegue transmitir as cenas de ação melhor do que os quadrinhos, mostrando que a mídia em que Kick-Ass se encaixa melhor é o cinema! O filme ainda consegue colocar um final bem melhor no filme do que o original da HQ, deixando-o mais atraente e até melhor. O filme também consegue mostrar perfeitamente a admiração da população com os heróis, como eles são importantes e por que eles existem, graças ao ótimo roteiro de Jane Goldman e do próprio Matthew Vaughn, baseado na obra de Mark Millar e John Romita Jr.

Os figurinos dos filmes estão perfeitos. Os trajes dos super-heróis estão um pouco diferentes do quadrinho, e chegam a serem melhores, mais pops que os originais. A trilha sonora também está muito boa: músicas divertidas quando a Hit-Girl literalmente “entra em ação”, música de aleluia em um momento muito inusitado, e a música de quando somos apresentados ao Dave é realmente empolgante, alem de todas as outras.

Como já mencionei antes, o filme traz muitas referências a outros filmes de super-heróis: o protagonista tentando saltar de um prédio pro outro (Homem-Aranha), o vilão filmar o que faz e liberar pra todos verem (Batman: O Cavaleiro Das Trevas), a trilha de um só som tenso que vai crescendo em um certo momento de sequestro (referência ao mesmo Batman já citado), e tantas outras.

O filme é muito bom, tanto como filme de super-herói como um filme em si. Já é um dos meus favoritos, e pra mim é o melhor segundo melhor filme do ano (só atrás de Toy Story 3), e pode ainda acabar estando no meu TOP5 desse ano. Recomendado!

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Como Treinar o Seu Dragão

Título original: How to Train Your Dragon
País e ano de produção: EUA, 2010
Duração: 98 min
Gênero: Animação / Aventura / Fantasia
Direção: Dean DeBlois, Chris Sanders
Roteiro: Dean DeBlois
Elenco: Jay Baruchel, Gerard Butler, America Ferrera, Craig Ferguson

Animações costumam ter o poder de atrair uma enorme quantidade de público aos cinemas devido ao apelo infantil que costumam ter. Estúdios como Pixar, Dreamworks, entre outros, todo ano fazem o melhor que podem para lançar o melhor filme de animação do ano. Eu, pessoalmente, sou um fanático pela Pixar, e idolatro eles com o fundo do meu coração. Seus filmes fizeram parte da minha infância e marcaram a minha vida, sem exceções. Depois que passei a observar mais o mundo do cinema e conhecer técnicas e tudo o mais, passei a expandir mais meus horizontes, procurando outras animações além das da Pixar. Vou confessar que, até essa semana, a Dreamworks ainda estava num conceito muito abaixo do da Pixar na minha opinião. Apesar de fazer um enorme sucesso com filmes como Shrek, Kung Fu Panda e Monstros Vs. Alienígenas, a Dreamworks sempre representou pra mim filmes de comédia quase pastelão no mundo da animação, enquanto os filmes da Pixar possuiam um humor mais direcionado, sem piadas idiotas e com histórias que nos traziam uma mensagem no final e não só risadas. Pois bem, mudei minha forma de pensar sobre a Dreamworks depois de assistir Como Treinar o Seu Dragão.

O filme, adaptado do livro de mesmo nome, conta a história de Soluço, filho de um Viking que mora em uma aldeia constantemente atacada por dragões. O sonho do protagonista é se tornar um grande matador de dragões, porém suas ações levam todos a crer que ele não leva jeito para a “profissão”. Durante um ataque, Soluço consegue derrubar e capturar um Fúria da Noite, o dragão mais perigoso e misterioso de todos. Como é comum com as crianças, ninguém acredita em sua história quando ele a conta. Ao encontrar o dragão abatido, Soluço descobre que não consegue matar dragões e solta a criatura, que depois se torna amigo dele, recebendo o nome de Banguela.  Nesse meio tempo, seu pai o obriga a entrar no “curso” de treinamento para se tornar um matador de dragões. É aí que começa uma vida dupla, enquanto tenta sobreviver ao curso, Soluço desenvolve uma forte amizade com Banguela às escondidas que traz a ele uma forma diferente de ver o modo de viver dos dragões.

Como comentei, a Dreamworks sempre fez filmes em que os heróis e personagens principais sempre eram uma espécie de bobão atrapalhado que, para fazer rir, sempre caia, se batia em alguma coisa, ou causava algum desastre, fazendo todo mundo rir, como foi o caso do Panda Po, e o Burro de Shrek. Diferente da Pixar, que cria personagens profundos, com uma história forte e altamente apaixonantes como Wall-e, Nemo e Carl Fredericksen. Não estou desmerecendo a Dreamworks pelos trabalhos anteriores, só acho o estilo dos filmes inferior, ao se fazer uma comparação direta com a Pixar. Porém, em Como Treinar o Seu Dragão, não há esse humor, paradoxalmente, sem graça. As cenas engraçadas, realmente são engraçadas, e os personagens têm uma carga emocional muito forte. Aliás, a trama em si é densa. A amizade de Soluço com seu amigo dragão é delicadamente desenvolvida, fazendo a platéia se apaixonar pelo bicho e querer um igual para levar para casa. O mesmo acontece com a relação entre Soluço e seu pai, que possui um forte tom dramático e me fez encher os olhos de lágrimas no fim. Sem contar que o fator realidade está fortemente presente na história. (Half – Spoiler) A morte sempre é uma opção em cenas de ação e ferimentos graves são comuns, como realmente acontece com um certo alguém no clímax.

Apesar de tudo, todos os filmes da Dreamworks sempre tiveram um visual incrível, com cenas lindas de se assistir, como foi o caso de Kung Fu Panda. O mesmo acontece com esse filme. Cada dragão possui um estilo e forma diferente, o que os torna muito mais interessantes, pois passam a ter uma personalidade própria. As cenas de voo entre Banguela e Soluço são de tirar o fôlego e também incrivelmente bonitas. E todos os cenários são cuidadosamente trabalhados, dos mínimos detalhes à arquitetura da aldeia. Tudo isso é ainda melhor ao se assistir ao filme em 3D. Durante as cenas de voo, constantemente assistimos a cena do ponto de vista do dragão, o que nos faz entrar na tela e até sentir um certo frio na barriga. A profundidade é muito bem aproveitada e a Dreamworks finalmente acerta como usar o 3D de forma inteligente e interessante.

Como Treinar o Seu Dragão me surpreendeu, e muito. Faço questão em dizer que já é o meu favorito para o Oscar de melhor animação de 2010. Claro que a Pixar lança Toy Story 3 no meio do ano, o que pode mudar minha cabeça. Não sei qual vai se sair melhor, mas Como Treinar o Seu Dragão chegou para deixar sua marca nas nossas mentes, mostrando que a Dreamworks pode estar tendendo, em seus próximos lançamentos, para um caminho mais profundo no mundo da animação, onde os filmes deixam de ser apenas um produto de venda e diversão, mas também uma obra de arte que deve, e merece ser apreciada muitas e muitas vezes. Que eles se sintam à vontade, pois a fórmula eles já descobriram, só falta explorá-la da melhor forma.

Obs: Os apaixonados por Banguela, como eu, já estão tentando botar a tag #EuQueroUmDragao nos Trending Topics do Twitter. Quem quiser ajudar, fique a vontade! \o/

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Percy Jackson e o Ladrão de Raios

Título Original: Percy Jackson and the Lightning Thief
País de Origem/Ano de Lançamento: EUA,2010
Duração: 119 min
Gênero: Aventura / Fantasia
Direção: Chris Columbus
Roteiro: Craig Titley, Rick Riordan (livro)
Elenco: Logan Lerman, Sean Bean, Kevin McKidd, Steve Coogan, Catherine Keener, Pierce Brosnan, Uma Thurman, Rosario Dawson, Brandon T. Jackson, Alexandra Daddario

É difícil escrever sobre uma adaptação de um best-seller para os cinemas. As opiniões sempre ficam divididas entre os que gostaram ou não. Normalmente os grandes estúdios ficam felizes quando pelo menos metade dos espectadores ficam satisfeitos com o filme. O problema é quando a maioria deles é formada por fãs do determinado livro e que saem dos cinemas revoltados com o que viram nas horas anteriores. Acreditem, essa cena tem se repetido por todos os cinemas que passo, e deve estar se repetindo pelo mundo todo também, com os fãs da série sobre mitologia grega Percy Jackson e os Olimpianos.

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Dúvida

Título Original: Doubt
Ano de Lançamento: 2009
Direção: John Patrick Shanley
Roteiro: John Patrick Shanley
Elenco: Meryl Streep, Philip Seymour Hoffman, Amy Adams
Duração: 104 minutos
País de Origem: EUA

Existem alguns atores e atrizes em quem eu confio cegamente, como Kate Winslet, Sean Penn, Glória Pires (vide a crítica de Lula, O Filho do Brasil), e alguns outros. Tais indivíduos tem o poder de me fazer esgueirar por qualquer cinema, sala de estar, bingo, quarto ou chão que me permitam presenciar sua atuação. Em absolutamente qualquer trabalho, essas pessoas conseguem cativar (de novo, vide a crítica de Lula).

E aí, no topo de todos esses (junto com Fernanda Montenegro, mas isso é outra história), está Meryl Streep. Mesmo no muito mais ou menos Julie e Julia, ou no péssimo Mamma Mia!, Meryl rouba a cena em absolutamente todos os momentos em que aparece. Em números, é indicada ao Oscar, muito merecidamente, por aproximadamente 37% dos seus trabalhos e esse ano conseguiu ganhar de si mesma no Globo de Ouro: foi indicada duas vezes na mesma categoria.

Então, eu comecei a ver Dúvida sabendo que, mesmo que não gostasse do filme, a oportunidade de ver Meryl atuando, por si só, pagaria o “tempo perdido” – e, devo dizer, que delícia que é quando esse pensamento se transformou no “Uau!” que eu carreguei quando o filme acabou. Não é um só filme bom: é um filme espetacularmente trabalhado, em cada um dos atores e seus personagens, em cada uma das muitas de suas nuances.

O filme se passa numa escola católica da qual a freira interpretada por Streep é a diretora. Inicialmente, três imagens são construídas: a da Irmã Alouysius Beauvier, diretora, extremamente rígida e tradicional, que defende o respeito incondicional que os estudantes tem de ter pelas professoras-freiras (mesmo que, como a própria personagem ressalta, esse respeito seja fundado no medo); o Padre Brendan Flynn (Philip Seymour Hoffman, também ótimo), um dos padres da cúpula da escola, à qual responde a Irmã Beauvier, em nome do grupo de freiras, um homem bondoso, que prefere criar amizades com seus alunos à aterrorizá-los, que defende que a escola deveria adequar-se a ideais mais liberais; e a Irmã James, apenas uma discípula da diretora, muito calma, boa, idealista, que fica dividida entre os ideais da Irmã e do Padre.

E aí o filme traz uma cidade de 1964, onde escolas católicas rígidas ainda eram muitíssimo respeitadas, mas exatamente a época, bem traduzida pelo conflito dos dois personagens principais, em que a sociedade começava a questionar o tradicionalismo, e põe em cheque a credibilidade de tudo aquilo.

Quando o roteiro se estabelece, aparece o perturbador da paz, o aluno negro Donald Miller. Veja bem, no contexto da época, um aluno negro (o primeiro da escola), era um grande atrevimento da diretora. Brancos não gostavam de negros, e ponto. Existia a previsão de que ele não se adaptaria. Não faria amigos. Se envolveria em brigas, seria um saco de pancadas. Então há a instrução para que irmã James, professora do menino, mantenha um olho nele.

Sabe-se que o Padre Flynn protege o menino de seus colegas, e um dia, ele o chama à sua sala durante a aula e o menino volta com hálito alcoólico. No dia seguinte, a professora vê o padre colocar uma camisa dentro do armário de Donald, discretamente.

Não existem provas. Não existem testemunhas. A Irmã Alouysius Beauvier, porém, tem certeza de que o menino está sendo abusado. E ela não tem receio de enfrentá-lo.

Questionando não só valores religiosos e morais, mas também coisas como a impunidade com que a cúpula católica cobre seus padres criminosos, mulheres que resolvem afirmar-se como seres pensantes, questões raciais e, enfim, muitas dessas questões que ainda enfrentamos hoje, o filme provoca de toda maneira possível. A conversa da diretora com a mãe do aluno provavelmente abusado ilustra isso – e é uma das melhores cenas do filme. E se o menino gostar do homem? E se for a única opção dele? E se ele for o único que é bom para o menino?

E você olha para aquela mãe, e não há como discutir com aquilo. Não é mais válido achar que o padre, se tiver feito o que se supõe que fez, está errado, do que achar que a mãe dele está certa, e que todo o império de certeza da irmã não faz muito sentido além de machucar e desorganizar o mundo daquelas pessoas.

Mas fica difícil descartar o fato de que o menino é só um menino, mesmo negro e pobre numa sociedade em que nenhuma das duas classes é minimamente respeitada; mesmo em 1964, o menino é só um menino. E se a irmã, mulher e freira, numa sociedade em que não se permite que nenhuma das duas classes levante uma palavra contra o homem superior, pode peitar essa autoridade e buscar justiça, por que a situação do menino não pode ser diferente?

E se o padre realmente for só amigo do garoto?

Não dá pra aceitar essa dúvida. Principalmente porque fazemos – o filme provoca isso – uma analogia com o presente, os nossos dias. E, nossa, não muda muita coisa: a igreja protege praticamente todos os padres pedófilos, estupradores, criminosos mesmo; as freiras servem apenas para dar bons exemplos, não tem voz; os negros não são mais bem respeitados e muita gente prefere não denunciar abusos quando ele vem acompanhado de algum ‘bem’.

Bem, a única coisa de que não tenho dúvida é de que esse filme é maravilhoso, cheio de grandes atuações e grandes sacadas, e que vale muito a pena.

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Harry Potter – Ultimate Editions

Na minha opinião, para os fãs da série, esse foi o lançamento do ano. Quem entende do assunto, sabe que a experiência em ver um filme em Blu-ray é altamente satisfatória. A qualidade de som e de imagem são estupendos, fazendo os filmes se tornarem ainda mais prazerosos de serem vistos. Não seria diferente com os filmes de Harry Potter. Claro que todos os filmes já existem em Blu-ray a mais tempo, porém, faltava um lançamento a altura da série. Foi aí que surgiram as Ultimate Editions. Elas nada mais são do que os filmes em duas versões: Original e estendida com, as já conhecidas, cenas deletadas. Além do filme, tembém temos um enorme documentário que será dividido em oito partes, sendo que cada parte virá em uma edição das Ultimate Editions.

Bom, não tenho o que comentar dos filmes. A Pedra Filosofal e A Câmara Secreta não são os filmes preferidos da maioria dos fãs, que dizem serem filmes lentos e infantis demais. Tudo bem, A Pedra Filosofal realmente tem um alto tom de filme infantil, porém A Câmara Secreta é, na minha opinião, uma das melhores adaptações da série. O clima criado para o filme ficou muito bom! Adoro o mistério, o suspense que paira Hogwarts. Apesar de não ser o meu livro favorito, acho esse filme uma adaptação altamente satisfatória. Sem falar que acho que Chris Columbus conseguiu fazer, tanto no primeiro, quanto no segundo, Hogwarts do jeito que eu imaginei ser, comportada, mágica, como é mostrada noos filmes, e não aquela Hogwarts rebelde, selvagem e adolescente que Cuáron bruscamente transformou em O Prisioneiro de Azkaban. Mas não falemos das adaptações. Eu falo do terceiro filme quando a sua respectiva Ultimate Edition for lançada.

Se você comparar as edições americanas com as brasileiras, vai notar a grande diferença entre as duas. A primeira tem um tratamento de primeira, com embalagem de alta qualidade, impressão muito boa, e incrivelmente linda. A brasileira, apesar de também ser bonita, está com um material inferior e não possui a mesma beleza. O conteúdo é o mesmo, porém, a apresentação mudou. Sem falar que no Brasil as edições não foram lançadas em Blu-ray, apenas em DVD, o que foi uma baita falha, já que o Blu-ray a cada dia que passa, garante cada vez mais espaço no mercado.

Os filmes estão em ótima qualidade, com som impecável e imagem perfeita. O disco do documentário possui, além do documentário, trailers e TV spots, que eu particularmente adoro ver, e alguns Screentests. É um material bem interessante. Já os outros extras, para a minha surpresa, não vêm em blu-ray. O terceiro disco é na verdade o DVD duplo das edições já lançadas anteriormente aqui no Brasil, com nenhum extra a mais. Achei que deviam ter pelo menos transferido para o blu-ray! Mas tudo bem, continua tudo muito lindo!

Para terminar, eu fiz um vídeo mostrando as edições para vocês com todos os detalhes e explicando algumas coisas também. Lembrando que só A Câmara Secreta tem áudio e legenda em português viu? Se alguém quiser comprar a versão americana do primeiro filme, vai ter de se virar ou com o inglês ou com o espanhol, infelizmente.

Espero que tenham gostado do vídeo. Acho que muitos fãs estavam curiosos para ver essas edições. Quando as outras forem lançadas eu faço outros vídeos para mostrar a vocês também! :-)